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Como transformar o MEI em uma Sociedade Limitada
Quando o negócio começa a crescer, é comum que o empreendedor sinta a necessidade de mudar. Afinal, o MEI, apesar de ser uma porta de entrada simples e acessível para começar, tem suas limitações.
E é justamente nesse momento que surge a dúvida: será que não está na hora de virar uma empresa maior?
Neste artigo, vamos mostrar tudo o que você precisa saber para transformar o seu MEI em uma Sociedade Limitada, com passos práticos, linguagem descomplicada e orientações para você fazer essa transição com segurança e clareza.
Quando é hora de deixar de ser MEI?
A decisão de sair do MEI costuma vir com o crescimento natural do negócio.
Um dos principais sinais de que esse momento chegou é quando a empresa ultrapassa o faturamento anual permitido para o MEI, que atualmente é de R$ 81 mil por ano.
Se você já está chegando perto desse limite ou até ultrapassou, é um sinal claro de que está na hora de mudar.
Outro ponto importante é quando surge a necessidade de ter um sócio. O MEI não permite sociedade, ou seja, você não pode dividir a empresa com outra pessoa formalmente.
Isso limita parcerias e a expansão do negócio. Se você quer crescer em conjunto com alguém ou até mesmo buscar investidores, o MEI já não atende mais.
Também existem algumas atividades que não podem ser exercidas na modalidade MEI. Pode ser que seu negócio tenha começado com uma atividade permitida, mas evoluiu para outra mais complexa.
Nesses casos, migrar para uma Sociedade Limitada é o caminho mais natural para continuar atuando dentro da lei.
Além disso, muitos empreendedores percebem que, para atender empresas maiores ou fechar contratos mais robustos, é preciso uma estrutura empresarial mais “sólida”.
A Sociedade Limitada oferece justamente isso: mais segurança jurídica e credibilidade diante de clientes e fornecedores.
E tem ainda o lado do crescimento pessoal. Transformar o MEI em uma empresa maior é também um passo de amadurecimento do empreendedor.
É quando você para de enxergar seu negócio como algo provisório e começa a estruturá-lo com visão de futuro.
Diferença entre MEI e Sociedade Limitada
Entender a diferença entre MEI e Sociedade Limitada é essencial antes de tomar qualquer decisão.
O MEI foi criado justamente para facilitar a formalização de pequenos empreendedores, com menos burocracia e custos reduzidos.
Já a Sociedade Limitada, como o próprio nome diz, tem uma estrutura mais completa, pensada para empresas com sócios, faturamento maior e mais obrigações.
Uma das principais diferenças está no limite de receita. Como mencionamos, o MEI pode faturar até R$ 81 mil por ano.
Já uma Sociedade Limitada não tem esse teto. Você pode crescer o quanto quiser, desde que mantenha as obrigações fiscais e legais em dia.
Outra diferença importante está na responsabilidade jurídica. No MEI, o empreendedor responde com seu próprio CPF em várias situações.
Já na Sociedade Limitada, há uma separação mais clara entre o patrimônio da empresa e o patrimônio pessoal dos sócios. Isso oferece mais proteção em caso de dívidas ou problemas jurídicos.
Também vale destacar que o MEI só pode ter um funcionário. Para quem está crescendo e precisa contratar mais gente, essa é uma limitação importante.
A Sociedade Limitada permite a contratação de quantos funcionários forem necessários, respeitando, claro, a legislação trabalhista.
Por fim, existe a questão da imagem. Uma empresa com natureza jurídica de Sociedade Limitada costuma passar mais confiança no mercado.
Isso pode abrir portas, facilitar o acesso a crédito e tornar sua negociação com grandes empresas mais simples.
Vantagens de se tornar uma Sociedade Limitada
Fazer a mudança de MEI para LTDA traz uma série de benefícios. Um dos mais relevantes é a possibilidade de ter sócios.
Com isso, você pode dividir responsabilidades, somar conhecimentos e até buscar parceiros estratégicos para crescer de forma estruturada.
Outra vantagem é poder contratar mais funcionários. Isso é essencial para quem está expandindo, abrindo novas unidades ou aumentando a produção.
Com uma estrutura maior, o empreendedor pode montar uma equipe mais completa e profissionalizar o negócio.
A separação entre bens pessoais e bens da empresa também é uma grande conquista. Ao constituir uma Sociedade Limitada, seu patrimônio pessoal fica mais protegido contra dívidas e obrigações da empresa.
Essa segurança jurídica faz diferença no dia a dia, principalmente em setores com maior risco financeiro.
Além disso, a LTDA transmite mais seriedade para o mercado. Isso ajuda a fechar parcerias, conquistar clientes maiores e até conseguir melhores condições com fornecedores.
Uma empresa com CNPJ de Sociedade Limitada tem mais “peso” na hora de negociar.
Por fim, vale lembrar que a Sociedade Limitada oferece flexibilidade para crescer. Você pode, por exemplo, mudar o enquadramento tributário, de acordo com o porte e a estratégia do seu negócio. Essa liberdade é importante para quem pensa no longo prazo.
Pré-requisitos para migrar de MEI para LTDA
Antes de iniciar o processo de transformação, é preciso se organizar. O primeiro passo é encerrar formalmente o MEI.
Isso é feito pelo Portal do Empreendedor e é uma etapa importante, pois o CNPJ do MEI precisa ser dado baixa para que você possa registrar a nova empresa.
Em seguida, é hora de decidir o tipo de Sociedade Limitada que você vai abrir.
Ela pode ser com sócios, ou então uma Sociedade Limitada Unipessoal, que é quando o empreendedor continua sozinho, mas com uma estrutura jurídica mais robusta. Essa modalidade é muito comum para quem quer crescer sem trazer um sócio de imediato.
Outro passo fundamental é a elaboração do contrato social. Esse documento define as regras da empresa, como participação dos sócios (se houver), atividade principal, capital social e outros detalhes.
É sempre recomendável fazer esse contrato com o apoio de um contador.
Depois disso, é preciso registrar a empresa na Junta Comercial do estado onde ela vai atuar.
Esse registro é obrigatório e oficializa a criação da nova empresa. A partir dele, você consegue gerar o novo CNPJ, mesmo que continue com a mesma atividade anterior.
Também pode ser necessário fazer inscrições complementares, como a estadual e a municipal, dependendo do tipo de atividade da empresa. Isso é o que permite a emissão de notas fiscais, obtenção de alvarás e demais licenças.
Passo a passo para fazer a transformação
Foto: Freepik
Vamos organizar o processo em etapas práticas para você não se perder.
O primeiro passo é acessar o Portal do Empreendedor e solicitar a baixa do MEI. Isso encerra oficialmente o CNPJ antigo. Guarde o comprovante, pois ele pode ser solicitado em cadastros futuros.
Depois disso, procure um contador de confiança para montar o contrato social da nova empresa. Mesmo que você vá seguir sozinho, o contrato é obrigatório.
Se houver sócios, essa é a hora de definir quem entra com o quê, qual será a responsabilidade de cada um e como será a divisão de lucros.
Com o contrato em mãos, você deve registrá-lo na Junta Comercial do seu estado. Cada estado tem seus próprios procedimentos, mas o contador pode cuidar disso para você.
Após o registro, é emitido o número do NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresas), que é necessário para tirar o novo CNPJ.
CNPJ criado, é hora de regularizar os cadastros municipais e estaduais, se for o caso. Isso inclui inscrição na prefeitura, autorização para emissão de nota fiscal e, em alguns casos, renovação de alvarás e licenças.
Por fim, lembre-se de atualizar seus dados com bancos, fornecedores, clientes e em todos os lugares em que o seu antigo MEI estava cadastrado.
Essa parte é fundamental para evitar problemas futuros, principalmente na hora de emitir boletos ou receber pagamentos.
Documentos necessários para o processo
A lista de documentos pode variar um pouco dependendo do estado, mas de forma geral, você vai precisar de documentos pessoais (RG e CPF), comprovante de residência dos sócios, título de eleitor ou recibo de imposto de renda, além do contrato social da nova empresa.
Se o endereço da empresa for diferente do residencial, é necessário apresentar também um comprovante de endereço comercial. No caso de imóveis alugados, pode ser exigido o contrato de locação.
Você também vai precisar preencher alguns formulários exigidos pela Junta Comercial, como o DBE (Documento Básico de Entrada) e o requerimento de empresário.
Esses documentos fazem parte do processo de registro e, geralmente, o contador cuida disso para você.
Outro documento importante são as certidões negativas, que comprovam que você não tem dívidas em aberto com órgãos públicos. Algumas Juntas Comerciais exigem essas certidões para liberar o registro.
Por fim, se você ainda não tem, será necessário obter um certificado digital.
Ele é obrigatório para enviar declarações e acessar serviços digitais da Receita Federal. É um investimento necessário para manter sua empresa funcionando corretamente.
Custo estimado da transformação
Transformar o seu MEI em uma Sociedade Limitada envolve alguns custos, mas é importante encarar isso como um investimento no crescimento do seu negócio.
O valor pode variar bastante dependendo do estado em que sua empresa está registrada e dos serviços contratados, mas dá para ter uma estimativa razoável.
Um dos principais custos é a taxa da Junta Comercial para registrar o contrato social da nova empresa.
Esse valor costuma variar entre R$ 150 e R$ 400, dependendo do estado.
Além disso, pode haver a cobrança de taxas complementares, como o alvará de funcionamento ou inscrição municipal, especialmente se você for atuar em uma área regulamentada.
Outro ponto que pode gerar custos é a contratação de um contador. Mesmo que você consiga fazer algumas etapas sozinho, a parte de registros legais, elaboração do contrato social e definição do melhor regime tributário exige conhecimento técnico.
Os honorários de um contador para esse tipo de serviço podem variar entre R$ 600 e R$ 2.000, dependendo da complexidade da empresa e da cidade.
Também é necessário considerar o custo com o certificado digital. Ele será usado para assinar documentos e acessar sistemas da Receita Federal.
Para uma empresa do tipo LTDA, o modelo mais comum é o e-CNPJ, que pode custar de R$ 150 a R$ 300 por ano, dependendo da certificadora.
Vale lembrar que após a abertura, há os custos mensais de manutenção da empresa, como a contabilidade regular, tributos, folha de pagamento e demais obrigações.
Por isso, planejar financeiramente essa transição é essencial para começar com o pé direito e evitar surpresas.
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Se você chegou até aqui, é porque está realmente pensando em dar um passo importante para o futuro do seu negócio. E a verdade é que você não precisa fazer isso sozinho.
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A escolha de um contador enão deve ser feita apenas com base em preço ou praticidade.
É essencial ter ao seu lado um profissional ou uma equipe que saiba orientar, prevenir erros e mostrar os caminhos mais seguros para o crescimento da sua empresa.
E isso vai além de papelada. É sobre ter alguém que realmente se importa com a saúde do seu negócio, que entende o ritmo da cidade e que está pronto para te apoiar em cada etapa dessa nova fase.
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