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Como precificar um produto para revenda e lucrar mais
Você já ficou na dúvida sobre quanto cobrar por um produto que comprou para revender? Se sim, saiba que isso é mais comum do que parece.
Muitos empreendedores acabam tomando decisões de preço no “olhômetro”, ou apenas copiando os valores dos concorrentes.
O problema é que, sem uma estratégia bem pensada, o negócio pode estar vendendo bastante e mesmo assim ter prejuízo no fim do mês.
Precificar corretamente um produto de revenda é um passo essencial para manter a saúde financeira da empresa.
Afinal, é esse valor que vai cobrir seus custos, pagar seus compromissos e gerar o lucro que você espera. Não adianta apenas vender barato para atrair o cliente, se isso compromete o caixa e a sustentabilidade do negócio.
Neste artigo, você vai aprender de forma simples como calcular o preço ideal para revender um produto.
Vamos abordar os principais pontos que você precisa entender, como custos, margem de lucro, impostos e análise de mercado.
Mesmo que você não tenha conhecimento em contabilidade ou finanças, não se preocupe. Nosso objetivo aqui é descomplicar esse assunto para te ajudar a tomar decisões mais seguras.
Então se você está começando um negócio, quer ajustar seus preços ou apenas entender melhor como tudo isso funciona, continue a leitura. Este guia foi feito pensando em você.
O que é precificação e por que ela é tão importante na revenda
Antes de aprender a precificar, é importante entender o que isso significa na prática. Precificar um produto é definir o valor pelo qual ele será vendido. Simples assim.
Mas por trás dessa decisão existe uma série de fatores que precisam ser considerados para que o preço final faça sentido para o cliente e, principalmente, para o seu bolso.
No caso da revenda, a precificação é ainda mais delicada. Isso porque você está comprando algo pronto de um fornecedor e precisa revender com lucro, sem que o preço fique muito alto a ponto de afastar o consumidor.
Ao mesmo tempo, não pode ser tão baixo que comprometa sua margem de lucro. Esse equilíbrio é o grande desafio.
Muita gente acha que basta dobrar o preço de compra para vender e pronto. Só que essa conta raramente fecha.
Existem custos invisíveis que não aparecem na nota fiscal, mas estão lá consumindo parte da sua receita: energia, aluguel, funcionários, embalagens, taxas de cartão e muitos outros.
Se esses detalhes forem ignorados, o lucro real pode ser bem menor do que parece.
A precificação correta é o que sustenta um negócio a longo prazo. Ela garante que cada venda contribua de fato para o crescimento da empresa.
E mais: quando você entende como calcular o preço certo, consegue fazer promoções com consciência, melhorar seu posicionamento no mercado e evitar prejuízos inesperados.
Por isso, não trate a precificação como um simples chute. Veja como uma estratégia que exige atenção, análise e uma dose de cálculo.
E não se preocupe, você não precisa ser um especialista. Com um pouco de organização e os conceitos certos, você já pode sair na frente.
Entendendo os custos envolvidos
O primeiro passo para definir o preço de venda de um produto é entender todos os custos que estão envolvidos nesse processo.
E aqui não estamos falando apenas do valor que você pagou ao fornecedor. Existem outros elementos que influenciam diretamente o preço final e precisam ser levados em consideração.
Vamos começar pelo custo de aquisição, que é o valor pago pelo produto em si. Esse é o mais óbvio e, normalmente, é o único que o empreendedor iniciante considera.
Mas além dele, você deve colocar na conta os custos operacionais, que incluem frete, taxas bancárias, embalagem, armazenamento e até o tempo que você investe para organizar tudo isso.
Além dos custos operacionais, também existem os custos fixos, que são aquelas despesas que você tem todos os meses, mesmo que não venda nada.
Exemplos disso são aluguel, internet, luz, telefone e salários. Esses valores devem ser diluídos no preço dos produtos para que o negócio consiga se manter.
Outra categoria são os custos variáveis, que mudam conforme o volume de vendas. Aqui entram, por exemplo, comissões sobre vendas, taxas de cartão de crédito e frete por pedido.
Esses valores também precisam ser considerados para que você não seja surpreendido no fechamento do mês.
A melhor forma de organizar tudo isso é fazer uma planilha com todas as suas despesas mensais e dividir esse valor pelo número médio de produtos que você vende.
Assim, você consegue saber quanto cada item precisa contribuir para cobrir os custos do negócio. Isso vai te dar uma base muito mais segura para calcular seu preço de venda.
Margem de lucro: como definir a ideal
Agora que você sabe quanto custa para manter seu negócio funcionando, chegou a hora de pensar no lucro.
A margem de lucro é o que vai garantir que, depois de pagar todas as contas, ainda sobre dinheiro para reinvestir e crescer. Mas quanto é uma margem de lucro ideal? A resposta é: depende.
Existem dois conceitos que costumam se confundir: margem de lucro e markup. A margem de lucro é um percentual sobre o preço de venda. Já o markup é um fator multiplicador aplicado sobre o custo do produto.
Os dois levam ao mesmo objetivo, mas funcionam de formas diferentes. O importante é entender que ambos servem para garantir que você cobre seus custos e ainda ganhe com isso.
A margem ideal varia de acordo com o seu setor e o tipo de produto que você revende. Itens de necessidade básica costumam ter margens menores, já produtos exclusivos ou de luxo podem ter margens maiores.
O mais importante é não definir essa margem “no achismo”. Ela precisa cobrir todos os custos e ainda gerar lucro real.
Uma dica prática: comece analisando seus custos totais (fixos e variáveis) e defina uma margem mínima que cubra essas despesas.
Em seguida, veja quanto os concorrentes estão cobrando e tente encontrar um ponto de equilíbrio entre o que é justo para o cliente e viável para o seu negócio.
Não tenha medo de ajustar essa margem com o tempo. A precificação é algo vivo e precisa ser revisada sempre que houver mudanças nos custos ou no mercado.
E lembre-se: lucro não é vilão. Ele é o que mantém sua empresa de pé.
Pesquisa de mercado e benchmarking
Fotos: Freepik
Você pode ter feito todos os cálculos certos, mas se o seu preço estiver muito acima do mercado, é bem provável que as vendas não aconteçam como o esperado.
Por isso, é fundamental analisar o que os concorrentes estão fazendo. Essa etapa se chama benchmarking e é uma ferramenta poderosa para ajudar na precificação.
O benchmarking consiste em observar os preços praticados por empresas semelhantes à sua. Isso inclui lojas físicas, e-commerces, marketplaces e até redes sociais.
O objetivo aqui não é copiar os valores, mas entender como o mercado está se comportando. Se a média de preço de um produto é R$ 100, dificilmente você vai conseguir vender por R$ 150 sem um bom motivo.
Além do preço, observe também o valor agregado. Às vezes, um concorrente cobra mais caro, mas oferece frete grátis, embalagem especial, atendimento diferenciado ou garantia estendida.
Tudo isso influencia na percepção do cliente e justifica um valor mais alto.
É importante lembrar que você não precisa ser o mais barato, e nem deve. Preço baixo demais pode passar a ideia de produto inferior.
O ideal é buscar um posicionamento coerente com o seu público e com o valor que você entrega. Um bom preço é aquele que o cliente está disposto a pagar e que ainda gera lucro para o seu negócio.
Outra dica é ouvir os seus próprios clientes. Pergunte o que eles acham dos seus preços, o que valorizam na sua oferta e o que os faria comprar mais.
Essas informações são valiosas e podem te ajudar a ajustar os preços de forma mais inteligente.
Pesquise sempre que possível. O mercado muda o tempo todo e os preços dos concorrentes também.
Ficar de olho nisso ajuda você a se manter competitivo e a identificar oportunidades de melhorar seus resultados.
Tributação e precificação: cuidados essenciais
Um dos pontos mais delicados e muitas vezes esquecidos na hora de precificar é a carga tributária. Os impostos fazem parte da realidade de qualquer negócio e impactam diretamente no preço final.
Ignorar isso pode fazer com que, mesmo com boas vendas, o lucro desapareça na hora de pagar o fisco.
Dependendo do regime tributário em que sua empresa está enquadrada, os tributos podem variar bastante.
No caso de quem está no Simples Nacional, por exemplo, existe uma alíquota fixa sobre o faturamento, que pode mudar conforme a faixa de receita.
Já quem atua como MEI tem um valor fixo mensal, o que facilita a previsão de custos.
O ponto principal aqui é entender quais são os tributos que incidem sobre o seu negócio e incluí-los no cálculo do preço de venda.
Eles não podem sair do seu lucro. O correto é considerar esses valores como parte dos custos, para que o preço cubra também essa despesa.
Outro cuidado importante é com os impostos indiretos, como ICMS e IPI, que muitas vezes estão embutidos no preço de compra.
É preciso observar esses detalhes na nota fiscal e entender se você está pagando tributos que deveriam estar sendo repassados ao cliente.
Caso tenha dificuldade com essa parte, o ideal é buscar apoio de um contador. Ele pode te orientar sobre a melhor forma de incluir os tributos no seu preço e evitar surpresas no fim do mês.
Esse tipo de acompanhamento vale o investimento e pode evitar muita dor de cabeça.
Tributação não precisa ser um bicho de sete cabeças, mas também não pode ser ignorada. Com um pouco de atenção, você consegue manter tudo em ordem e ainda garantir um preço justo e competitivo.
Erros comuns na precificação e como evitá-los
Na correria do dia a dia, muitos empreendedores acabam cometendo erros na hora de definir os preços dos seus produtos.
E o problema é que esses erros nem sempre aparecem de imediato. Às vezes, só são percebidos quando o caixa aperta ou quando o lucro não aparece, mesmo com boas vendas.
Um erro muito comum é copiar os preços da concorrência sem analisar os próprios custos. Pode até parecer prático, mas o que funciona para o outro nem sempre funciona para você.
Cada negócio tem sua estrutura de custos, sua realidade e seus objetivos. Fazer isso sem critério é um risco.
Outro erro é não considerar todos os custos envolvidos. Muitos empreendedores calculam o preço só com base no valor de compra e esquecem das despesas do dia a dia, como luz, telefone, taxas e tributos.
Também é comum exagerar na margem de lucro sem considerar o valor percebido pelo cliente. Cobrar muito caro por um produto comum, sem diferencial, pode afastar o público e reduzir suas vendas.
Por outro lado, cobrar barato demais achando que vai vender mais pode comprometer a rentabilidade.
Ignorar a necessidade de revisão de preços é outro problema sério. Os custos mudam com o tempo, o mercado também.
É importante revisar sua precificação com frequência, principalmente se houve aumento no valor dos insumos ou mudanças no cenário econômico.
A boa notícia é que esses erros podem ser evitados com organização e atenção. Tenha uma planilha simples, anote seus custos e acompanhe os resultados. Isso já faz uma grande diferença na saúde do seu negócio.
Ferramentas e planilhas para ajudar na precificação
Hoje em dia, você não precisa fazer todos os cálculos de cabeça ou no papel. Existem diversas ferramentas que podem te ajudar a organizar suas finanças e calcular o preço ideal para revenda de forma mais prática e segura.
Uma das opções mais acessíveis é usar planilhas no Excel ou Google Sheets. Com elas, você pode listar seus custos fixos, variáveis, tributos e margem de lucro desejada.
Existem modelos prontos disponíveis gratuitamente na internet que já vêm com fórmulas aplicadas. Basta preencher os campos com os seus dados e a mágica acontece.
Outra alternativa são os softwares de gestão, que oferecem recursos mais avançados. Eles permitem controlar estoque, registrar compras, calcular impostos automaticamente e ainda gerar relatórios de lucro por produto.
Isso ajuda bastante quem já tem um volume maior de vendas.
Além disso, algumas plataformas de e-commerce oferecem ferramentas próprias de precificação, integradas com fornecedores, estoque e vendas. Isso facilita o acompanhamento em tempo real e evita erros de cálculo.
Independente da ferramenta escolhida, o importante é manter o hábito de registrar tudo. Informação organizada é o que te dá base para tomar decisões melhores. Se você não controla, acaba tomando decisões no escuro.
E claro, se você tiver um contador parceiro, aproveite esse recurso. Ele pode te ajudar a montar uma planilha personalizada, entender melhor seus custos e ajustar seus preços de forma mais estratégica.
Soluções Contili Contabilidade Campo Grande para você
Se você chegou até aqui, já entendeu o quanto a precificação correta é fundamental para o sucesso do seu negócio.
Sabemos que nem sempre é fácil lidar com tantos detalhes: custos, impostos, margem de lucro, concorrência, ferramentas de controle…
E quando essas decisões impactam diretamente no seu faturamento, contar com a orientação certa faz toda a diferença.
Se você é empreendedor em Campo Grande e está buscando apoio para organizar melhor sua precificação, tributos e finanças, contar com um contador em Campo Grande pode ser o próximo passo para dar mais segurança à sua jornada.
Um bom contador pode te ajudar não só com obrigações fiscais, mas também com a parte estratégica do seu negócio, oferecendo suporte na formação de preço, simulações de lucro, planejamento tributário e gestão financeira.
Isso tudo com foco na realidade da sua empresa e nos desafios específicos de quem empreende na região.
Seja você um pequeno revendedor, dono de loja ou alguém que está começando no comércio, ter um contador ao seu lado em Campo Grande é essencial para tomar decisões mais seguras e evitar erros que podem comprometer seus resultados.
Se você quer esse tipo de suporte personalizado, entre em contato com a Contili Contabilidade.
Nossa equipe está pronta para te ajudar a transformar números em estratégia, com uma abordagem prática, acessível e voltada para quem quer crescer de forma sustentável.