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Como fazer planejamento financeiro no terceiro setor
Cuidar do dinheiro de uma organização do terceiro setor pode ser desafiador.
Diferente de uma empresa tradicional, uma ONG ou associação precisa lidar com doações, editais, parcerias e regras específicas que nem sempre são simples de entender.
E quando falamos de planejamento financeiro, muita gente já pensa em planilhas complicadas e termos difíceis. Mas a verdade é que tudo pode (e deve) começar de forma prática e acessível.
Neste artigo, vamos mostrar como você pode organizar as finanças da sua organização, mesmo sem ser especialista no assunto. A ideia aqui é descomplicar.
Vamos falar de passo a passo, de decisões do dia a dia e de como pequenas ações podem fazer uma grande diferença para a saúde financeira da sua instituição.
Antes de tudo: por que ele precisa de planejamento?
O terceiro setor é o nome que damos para organizações sem fins lucrativos que atuam em causas sociais, culturais, ambientais, educacionais e por aí vai.
Estamos falando de ONGs, fundações, institutos, associações e muitas outras iniciativas que não têm como objetivo o lucro, mas sim gerar impacto positivo na sociedade.
Mesmo sem fins lucrativos, essas instituições lidam com dinheiro o tempo todo.
Elas precisam pagar contas, contratar pessoas, manter atividades e garantir que os projetos não parem por falta de recursos. É aí que entra a importância do planejamento financeiro.
Planejar as finanças não é só controlar o que entra e sai. É, acima de tudo, garantir que a missão da organização continue viva.
Sem uma boa gestão, até as iniciativas mais bonitas e bem-intencionadas correm o risco de parar no meio do caminho por falta de recursos.
Outro ponto importante é que a transparência. Doadores, patrocinadores e até os órgãos públicos querem saber como o dinheiro está sendo usado.
Um bom planejamento ajuda a organizar essas informações e dá mais credibilidade para a instituição.
Por isso, mesmo que o seu foco não seja “vender” ou “lucrar”, você precisa olhar para o financeiro com cuidado e estratégia.
O impacto social começa pela gestão interna. E cuidar do dinheiro com responsabilidade é uma forma de honrar o propósito da sua organização.
Os desafios financeiros mais comuns no dia a dia
Quem está à frente de uma ONG ou associação sabe: manter a organização financeiramente saudável é uma das tarefas mais difíceis.
Muitas vezes, a equipe é enxuta, o tempo é curto e o dinheiro não chega com regularidade. Isso já cria um cenário desafiador desde o início.
Um dos maiores obstáculos é a imprevisibilidade nas receitas. Ao contrário de uma empresa que vende produtos ou serviços de forma contínua, uma organização do terceiro setor depende de doações, projetos aprovados em editais, parcerias e campanhas.
Esses recursos muitas vezes vêm em “ondas”, e não de forma constante.
Outro ponto é a burocracia. Conseguir verba pública ou firmar parcerias com empresas exige tempo, documentação em dia e atenção a detalhes que nem sempre são fáceis de entender ou cumprir.
Isso pode atrasar repasses e até inviabilizar bons projetos por questões técnicas.
Além disso, há uma grande pressão por transparência. Isso é justo e necessário, mas também exige organização.
É comum que organizações enfrentem dificuldades para apresentar relatórios financeiros claros, especialmente quando não têm um setor administrativo estruturado.
E por fim, há o desafio da sustentabilidade. Muitas instituições vivem “apagando incêndios”, pensando no mês atual sem conseguir planejar o próximo. Sem reservas, qualquer imprevisto pode virar uma crise.
Por isso, o planejamento financeiro não pode ser visto como um luxo, mas como algo essencial.
Por onde começar: primeiros passos para organizar as finanças
Fotos: Freepik
Você não precisa de um departamento inteiro de finanças para começar a planejar melhor. Algumas ações simples já fazem uma enorme diferença.
O primeiro passo é entender a real situação financeira da sua organização. Ou seja, colocar no papel tudo o que entra e tudo o que sai. Sem medo e sem enrolação.
Essa etapa pode parecer básica, mas muitas instituições não sabem exatamente quanto gastam por mês ou quais são suas receitas fixas e variáveis.
É importante fazer um levantamento completo: doações recorrentes, apoios pontuais, despesas com pessoal, contas fixas, materiais, transportes etc.
Depois de entender a realidade, é hora de pensar em metas. Quanto a organização precisa para manter suas atividades por mês?
Existe alguma meta de captação para ampliar projetos ou contratar equipe? Ter objetivos claros ajuda a dar direção para as ações futuras.
Com essas informações em mãos, vale montar um orçamento. Pense no orçamento como um “mapa” que mostra para onde o dinheiro deve ir.
Ele ajuda a evitar desperdícios, organizar prioridades e manter o foco nos projetos que realmente fazem diferença.
Outro passo importante é revisar esse planejamento com frequência. Nada está escrito em pedra.
Os recursos mudam, os projetos evoluem e o orçamento também precisa se adaptar. Por isso, o planejamento financeiro deve ser algo vivo, revisado de tempos em tempos.
Como o controle financeiro ajuda sua organização a crescer
Ter controle financeiro vai muito além de registrar entradas e saídas. É sobre entender como o dinheiro se comporta, onde estão os gargalos e o que pode ser feito para melhorar.
Isso permite que sua organização tome decisões com mais segurança e evite surpresas desagradáveis.
Um bom controle começa por registrar todos os movimentos financeiros, mesmo os pequenos.
Gastos com transporte, alimentação, material de escritório, tudo deve ser anotado. Isso ajuda a enxergar o todo e identificar onde estão os principais custos.
Além disso, separar as finanças pessoais das finanças da organização é algo básico, mas essencial.
Em muitos casos, o fundador da ONG acaba pagando contas do próprio bolso ou misturando recursos, o que dificulta o controle e pode até gerar problemas legais.
Outra dica é criar categorias para os gastos. Por exemplo: custos fixos (como aluguel e salários), custos variáveis (materiais, eventos), investimentos (compra de equipamentos) e reservas.
E por fim, o controle financeiro também ajuda na hora de prestar contas. Quando você tem tudo registrado e organizado, fazer relatórios para doadores, parceiros e até órgãos públicos fica muito mais simples e rápido.
A importância de pensar em reserva financeira
Muita gente acha que reserva financeira é coisa de empresa. Mas no terceiro setor, ela é ainda mais importante.
Como as receitas não são garantidas mês a mês, ter uma “gordurinha” guardada pode ser o que vai manter sua organização viva em momentos difíceis.
Essa reserva serve para situações emergenciais, como atraso em repasses, queda nas doações ou aumento inesperado de custos.
Sem ela, a organização fica vulnerável e pode ter que suspender atividades por falta de recursos.
Construir uma reserva pode parecer difícil, especialmente quando o dinheiro já é contado. Mas mesmo valores pequenos, guardados com disciplina, fazem diferença.
Uma estratégia é definir um percentual fixo para guardar todos os meses, como se fosse uma despesa obrigatória.
Outra ideia é buscar doadores ou parceiros que aceitem apoiar justamente a criação dessa reserva.
Muitos investidores sociais já entendem a importância da sustentabilidade financeira e estão dispostos a ajudar.
O ideal é ter uma meta de reserva equivalente a pelo menos três meses de despesas fixas.
Esse valor pode parecer distante no início, mas o importante é começar. Com planejamento e consistência, sua organização consegue chegar lá.
Ferramentas simples que ajudam no planejamento financeiro
Você não precisa de sistemas caros e complexos para começar a organizar suas finanças.
Existem diversas ferramentas acessíveis, algumas até gratuitas, que ajudam no dia a dia e tornam o planejamento mais prático.
As planilhas ainda são ótimas aliadas. Uma planilha bem montada, com categorias de receita e despesa, já permite uma visão clara do financeiro.
Existem modelos prontos voltados para ONGs que podem ser adaptados conforme a sua realidade.
Outra opção são aplicativos e softwares de gestão. Alguns são desenvolvidos especialmente para o terceiro setor e oferecem funcionalidades como geração de relatórios, controle de projeto e acompanhamento de metas financeiras.
Além disso, o uso da nuvem (como o Google Drive) facilita o acesso remoto e compartilhamento de dados com outros membros da equipe.
Isso ajuda muito quando a organização tem mais de uma sede ou quando parte do time trabalha de forma voluntária ou híbrida.
O importante é escolher ferramentas que sejam fáceis de usar e que realmente funcionem na rotina da sua equipe.
Mais vale uma planilha simples e atualizada do que um sistema caro e abandonado.
Transparência financeira: um valor que atrai e mantém parceiros
Fotos: cottonbro studio/pexels
Quando você mostra como o dinheiro é usado, de forma clara e acessível, transmite seriedade e compromisso com a causa.
A transparência começa com uma boa organização interna. Ter relatórios financeiros atualizados, guardar comprovantes, registrar todos os gastos mostra que sua instituição é responsável e comprometida com os recursos que recebe.
Compartilhar essas informações com a equipe, os conselhos e os doadores também é fundamental.
Isso pode ser feito por meio de relatórios trimestrais, newsletters, apresentações em reuniões ou até uma área de transparência no site da organização.
Além disso, prestar contas de forma clara pode ajudar a atrair novos parceiros. Empresas, fundações e até pessoas físicas estão cada vez mais exigentes na hora de escolher onde investir.
E quem mostra números e resultados tende a sair na frente.
Transparência não é só uma exigência legal. É um diferencial estratégico que fortalece a imagem da sua organização e ajuda a construir relacionamentos duradouros com quem apoia a sua causa.
Cuidados e erros que podem comprometer sua gestão financeira
Mesmo com boas intenções, algumas decisões mal pensadas podem prejudicar (e muito) a saúde financeira da sua organização.
Um erro comum é não atualizar os dados financeiros com frequência. Planejamento só funciona se os números forem reais e atualizados.
Outro ponto crítico é depender de uma única fonte de receita. Contar apenas com um edital, um patrocinador ou uma campanha pode deixar a instituição vulnerável.
O ideal é buscar formas variadas de arrecadação e criar uma rede de apoio diversificada.
Improvisar nas finanças também pode ser perigoso. Gastar sem planejar, fazer dívidas sem previsão de pagamento ou usar reservas sem critério são atitudes que comprometem o futuro da organização.
Também vale evitar a centralização das informações. Quando só uma pessoa entende o financeiro, qualquer ausência ou saída pode virar um problema.
Compartilhar o conhecimento com a equipe ou com um conselho fiscal é uma forma de proteção.
Por fim, negligenciar a prestação de contas pode fechar portas. Mesmo que o projeto tenha sido bem executado, a falta de relatórios ou documentação pode impedir novas parcerias.
Soluções de um contador em Campo Grande para você
Se você chegou até aqui, já entendeu que cuidar das finanças da sua organização do terceiro setor é algo que não pode ser deixado de lado.
Ter um planejamento bem estruturado, saber onde aplicar os recursos e garantir a transparência são passos fundamentais para crescer de forma sustentável.
Mas, a verdade é que, mesmo com boas intenções e algum conhecimento, muitas vezes falta tempo, equipe ou segurança para dar conta de tudo isso sozinho. E é aí que contar com o apoio de um contador faz toda a diferença.
Se você está em Campo Grande e precisa de ajuda para organizar o financeiro da sua ONG, fundação ou associação, buscar um contador que entenda as particularidades pode ser o que falta para transformar sua gestão.
Um contador experiente em Campo Grande pode ajudar desde o planejamento até a execução prática do controle financeiro, garantindo que tudo esteja dentro das exigências legais, sem perder de vista a missão da sua organização.
Além disso, ter o suporte de um contador que já conhece a realidade local e o cenário na região facilita muito o processo.
Você ganha tempo, segurança e tranquilidade para focar no que realmente importa: o impacto social do seu trabalho.
E mais do que cumprir obrigações, você começa a construir uma base sólida para buscar novos apoios, conquistar editais e expandir suas atividades com responsabilidade.
Por isso, se você quer o apoio de uma contabilidade que entende sua realidade e trabalha para simplificar a gestão financeira da sua organização, entre em contato com a Contili Contabilidade.
Estamos prontos para caminhar ao seu lado e fortalecer ainda mais sua causa.