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Pró-labore em microempresa: guia simples e completo

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Pró-labore em microempresa: guia simples e completo

Quando alguém decide abrir uma microempresa, uma das primeiras dúvidas que surgem é sobre como o sócio deve receber pelo seu trabalho.

Afinal, se ele dedica tempo e esforço no dia a dia do negócio, é natural que queira uma remuneração justa.

E é aí que entra o pró-labore, um termo que pode parecer complicado à primeira vista, mas que é mais simples do que parece.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e prática o que é o pró-labore, quem tem direito a recebê-lo, como calcular o valor, quais impostos incidem sobre ele e por que é importante manter tudo regularizado.

Se você é dono de uma, prepare-se: entender isso vai fazer toda a diferença na sua gestão e na saúde financeira do seu negócio.

O que é pró-labore e por que ele é importante

O termo pró-labore vem do latim e significa “pelo trabalho”. Na prática, ele representa o pagamento que o sócio ou administrador recebe pelo trabalho que realiza na empresa.

É como se fosse o “salário” do dono, mas com algumas diferenças importantes em relação ao pagamento tradicional de um funcionário.

A principal diferença é que o pró-labore não segue as mesmas regras da CLT. O sócio que recebe pró-labore não tem direito a 13º salário, férias remuneradas ou FGTS, por exemplo.

Ele é remunerado pelo fato de trabalhar na empresa, e não por ser empregado dela. Essa distinção é fundamental para evitar problemas trabalhistas e fiscais no futuro.

Ter o pró-labore definido e registrado corretamente traz segurança jurídica tanto para a empresa quanto para o sócio.

Além disso, ajuda a organizar o fluxo de caixa, separar as finanças pessoais das empresariais e manter a contabilidade em ordem.

Isso mostra profissionalismo e pode facilitar até mesmo na hora de buscar crédito ou investidores.

Outro ponto importante é que o pró-labore serve como base para a contribuição ao INSS. Ou seja, é através dele que o sócio garante sua contribuição previdenciária e mantém direitos como aposentadoria, auxílio-doença e outros benefícios.

Por isso, definir e pagar o pró-labore corretamente não é apenas uma formalidade: é uma forma de cuidar do futuro.

Quem tem direito a receber pró-labore em uma microempresa

Nem todos os sócios de uma ME precisam receber pró-labore. A regra é simples: apenas os sócios que efetivamente trabalham na empresa têm direito à retirada.

Se o sócio apenas investe dinheiro, mas não participa das atividades do dia a dia, ele não precisa receber pró-labore. O retorno dele virá por meio da distribuição de lucros.

O contrato social da empresa é quem define quem são os sócios e quais são suas funções. É importante que esse documento esteja bem redigido e claro quanto às responsabilidades de cada um.

Se o sócio exerce papel de administrador, gerente ou qualquer outra função operacional, é indicado que ele receba pró-labore regularmente.

Imagine um cenário: dois amigos abrem uma microempresa. Um deles trabalha todos os dias atendendo clientes e gerenciando a equipe. O outro apenas investiu o dinheiro inicial e não participa da rotina.

O primeiro deve receber pró-labore, pois está prestando um serviço à empresa. Já o segundo, por não trabalhar nela, não tem essa obrigação.

Esse cuidado evita confusões e ajuda a manter tudo dentro da legalidade. Além disso, é importante que a retirada do pró-labore seja formalizada e registrada na contabilidade, mesmo que a empresa seja pequena.

Assim, em caso de fiscalização, tudo estará devidamente comprovado.

Como calcular o valor do pró-labore

Uma das dúvidas mais comuns entre empreendedores é: quanto eu devo retirar de pró-labore? Não existe um valor fixo definido por lei.

O ideal é que o valor seja compatível com o cargo e as funções desempenhadas pelo sócio, assim como o que seria pago a um profissional do mercado que exercesse as mesmas atividades.

Por exemplo, se o sócio atua como gerente administrativo, é interessante comparar com quanto um gerente receberia em uma empresa semelhante.

Isso ajuda a manter o valor coerente e evita a impressão de que o pró-labore foi definido de forma aleatória — algo que pode gerar questionamentos da Receita Federal.

Outro ponto essencial é considerar a saúde financeira da empresa. O pró-labore deve caber no orçamento e não comprometer o capital de giro.

É preciso equilíbrio: o valor não deve ser tão baixo a ponto de parecer irreal, nem tão alto que inviabilize as finanças do negócio.

Além disso, o cálculo deve levar em conta os encargos que incidem sobre o pró-labore, como a contribuição previdenciária (INSS) e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando aplicável.

Assim, o empreendedor consegue saber o valor líquido que realmente receberá.

Uma boa prática é contar com o apoio de um contador para definir o valor ideal, considerando o porte da empresa, o faturamento e as funções exercidas.

Dessa forma, a retirada fica justa, coerente e segura do ponto de vista fiscal.

Impostos sobre o pró-labore

Pró-labore em microempresa: guia simples e completo

Ao contrário da distribuição de lucros, o pró-labore não é isento de impostos. Ele é considerado uma remuneração e, portanto, sofre incidência de contribuições obrigatórias.

A principal delas é o INSS, que corresponde a 11% sobre o valor bruto do pró-labore, descontado diretamente do sócio. Já a empresa, por sua vez, paga uma contribuição patronal que varia conforme o regime tributário.

Além do INSS, pode haver também o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), dependendo do valor do pró-labore.

A alíquota é progressiva e segue a tabela da Receita Federal. Em empresas do Simples Nacional, o recolhimento desses encargos é feito de forma simplificada, mas ainda assim é obrigatório.

Esse recolhimento é essencial porque o pró-labore é a base que garante a contribuição previdenciária do sócio. É a partir desse pagamento que ele mantém seus direitos junto ao INSS.

Ignorar isso pode gerar problemas sérios no futuro, como a perda de tempo de contribuição e até multas fiscais.

Muitos empreendedores cometem o erro de não formalizar o pró-labore para “economizar” nos impostos, mas essa prática é arriscada.

Em uma fiscalização, a Receita pode entender que a empresa está omitindo remuneração e cobrar os encargos retroativos com juros e multas.

Portanto, o ideal é encarar o pagamento dos impostos sobre o pró-labore não como um gasto desnecessário, mas como um investimento em regularidade e segurança jurídica.

Isso evita dores de cabeça e mostra que a empresa está operando de forma correta e transparente.

Periodicidade e regras de pagamento

O pró-labore deve ser pago de forma periódica e regular, geralmente uma vez por mês. Essa prática ajuda a manter a previsibilidade financeira tanto para o sócio quanto para a empresa.

Além disso, o pagamento mensal facilita o recolhimento dos encargos e a organização da contabilidade.

O valor deve ser transferido da conta bancária da empresa para a conta pessoal do sócio, preferencialmente por meio eletrônico, para que haja comprovação formal da transação.

Também é importante emitir recibos de pagamento e manter todos os registros arquivados. Isso demonstra transparência e ajuda a evitar problemas em auditorias ou fiscalizações.

Outro ponto essencial é que o pagamento do pró-labore precisa estar registrado na folha de pagamento da empresa, mesmo que não existam funcionários contratados.

O eSocial, por exemplo, exige o registro dessa movimentação mensal para fins de declaração.

É comum que microempresas iniciantes adiem o pagamento do pró-labore até que o negócio se estabilize, e isso pode acontecer.

No entanto, assim que a empresa começar a gerar receita de forma constante, o ideal é formalizar o pagamento. Isso reforça a seriedade da gestão e ajuda o sócio a planejar suas finanças pessoais.

Diferença entre pró-labore e distribuição de lucros

Muita gente confunde o pró-labore com a distribuição de lucros, mas eles são coisas bem diferentes. O pró-labore é a remuneração pelo trabalho do sócio dentro da empresa.

Já a distribuição de lucros é o retorno financeiro sobre o capital investido, ou seja, o lucro líquido gerado após todas as despesas e impostos.

Enquanto o pró-labore sofre tributação e é obrigatório para quem trabalha na empresa, a distribuição de lucros é isenta de impostos, desde que devidamente apurada na contabilidade.

Por isso, os dois devem ser tratados separadamente, com registros e objetivos distintos.

Um erro comum é retirar todo o dinheiro da empresa como lucro, sem pagar pró-labore. Isso pode chamar a atenção da Receita Federal, pois a ausência de retirada formal pode indicar tentativa de sonegação.

O ideal é equilibrar as duas retiradas: um valor mensal fixo como pró-labore e, quando houver lucro, fazer a distribuição de forma oficial.

Essa separação também ajuda a ter uma visão mais clara das finanças do negócio. Com o pró-labore, o empreendedor sabe o quanto custa o trabalho dele para a empresa.

Com a distribuição de lucros, ele reconhece o quanto o negócio realmente está rendendo.

Manter essa organização não é apenas uma exigência contábil, mas também uma prática inteligente de gestão.

Afinal, compreender a diferença entre remuneração e lucro é essencial para construir uma empresa financeiramente saudável.

Obrigações legais e fiscais envolvidas

A retirada de pró-labore envolve obrigações legais e fiscais que precisam ser seguidas para evitar problemas com o fisco.

Entre elas está a necessidade de recolher o INSS e o IRRF, quando aplicável, e registrar o pagamento no eSocial.

Essas informações devem constar mensalmente na folha de pagamento da empresa. Além disso, é importante emitir recibos ou comprovantes de pagamento ao sócio, para que tudo fique documentado.

Esse cuidado garante transparência e facilita em caso de auditoria ou conferência fiscal.

Outro ponto essencial é a declaração correta do pró-labore no Imposto de Renda da Pessoa Física. O valor recebido precisa ser informado na ficha de rendimentos tributáveis, com os respectivos descontos de INSS e IRRF.

Isso evita inconsistências que possam gerar pendências junto à Receita Federal.

Empresas que deixam de cumprir essas obrigações podem ser autuadas, pagar multas e até perder benefícios tributários. Além disso, o sócio pode ficar com pendências no INSS, prejudicando seu histórico de contribuições.

Por isso, mesmo que pareça burocrático, manter todas essas etapas em dia é uma forma de proteger a empresa e o empreendedor. E com o apoio de um contador, tudo se torna mais simples e seguro.

Soluções de um contador em Campo Grande para o seu negócio

Se você chegou até aqui, provavelmente já entendeu a importância de manter o pró-labore em dia e devidamente regularizado.

Mas também deve ter percebido que, embora o conceito seja simples, a parte prática envolve cálculos, obrigações fiscais e detalhes que podem gerar dúvidas.

É justamente nesse momento que contar com um contador em Campo Grande faz toda a diferença.

Um contador em Campo Grande pode ajudar você a definir o valor ideal do pró-labore, calcular corretamente os impostos e garantir que todas as informações estejam alinhadas com a legislação.

Além disso, esse profissional acompanha de perto o desempenho financeiro da empresa, ajudando a tomar decisões mais seguras e inteligentes.

Isso significa menos dor de cabeça com burocracias e mais tempo para você se dedicar ao que realmente importa: fazer o seu negócio crescer.

Ter o apoio de um contador em Campo Grande também é uma forma de investir na saúde financeira da sua ME.

Ele não apenas cuida da parte técnica, mas orienta sobre como otimizar recursos, planejar retiradas e manter o equilíbrio entre as finanças pessoais e empresariais.

Essa parceria traz tranquilidade e confiança para o empreendedor que quer crescer de maneira organizada e dentro da lei.

Se você é empreendedor e está em busca de um contador em Campo Grande que entenda a sua realidade, fale com a Contili Contabilidade.

Nossa equipe está pronta para ajudar você a organizar o pró-labore e garantir uma gestão contábil simples, eficiente e totalmente transparente.

Entre em contato conosco e descubra como podemos facilitar o seu dia a dia.

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