Blog
Como definir o preço ideal da sua consulta médica
Saber quanto cobrar por uma consulta médica é um desafio comum para muitos profissionais da saúde.
Principalmente para aqueles que estão começando a atuar por conta própria ou abriram recentemente um consultório.
A faculdade ensina muita coisa sobre saúde, diagnóstico e tratamento, mas pouco ou quase nada sobre precificação e finanças.
Se você é médico ou empreendedor na área da saúde e está com dúvidas sobre como definir um valor justo para sua consulta particular, fique tranquilo.
Neste artigo, vamos te mostrar como fazer isso de forma prática e segura, sem complicação.
Você vai entender o que precisa considerar, como calcular seus custos e como chegar a um preço que valorize seu trabalho e mantenha a saúde financeira do seu negócio.
Vamos direto ao ponto e seguir um passo a passo para que você consiga aplicar esse conhecimento na prática, mesmo que não tenha experiência com números.
O objetivo aqui é te ajudar a tomar decisões mais conscientes e estratégicas. Vamos nessa?
Por que é tão difícil saber quanto cobrar?
Para muitos profissionais da saúde, precificar um serviço pode parecer algo simples à primeira vista, mas, na prática, não é bem assim.
Muita gente sente insegurança na hora de colocar um preço na própria consulta. E isso é mais comum do que parece.
O medo de cobrar caro demais e afastar pacientes, ou de cobrar barato e acabar no prejuízo, ronda a cabeça de muitos médicos.
Essa insegurança geralmente vem da falta de informação e da ausência de uma base sólida para tomar essa decisão.
A maioria tenta descobrir o preço observando o que os outros médicos cobram ou procurando em grupos de colegas.
Embora isso possa servir como referência, não é uma maneira confiável de calcular o valor ideal da sua consulta.
Cada consultório tem seus próprios custos, seu próprio público e suas próprias características.
Definir um preço apenas com base no que os outros fazem pode te colocar em uma posição difícil, principalmente se os seus gastos forem maiores ou se o seu serviço tiver um diferencial que merece ser valorizado.
Outro ponto importante é que muitos profissionais não se sentem à vontade para falar sobre dinheiro. Existe um certo tabu, como se fosse feio cobrar ou pensar no lucro.
Mas a verdade é que todo trabalho precisa ser bem remunerado para ser sustentável. Cuidar da saúde dos outros é uma missão nobre, mas você também precisa cuidar da sua saúde financeira.
É por isso que aprender a definir o preço certo da sua consulta não é só uma questão de dinheiro.
É uma forma de garantir que o seu consultório continue funcionando bem, que você possa investir em melhorias e, acima de tudo, que consiga manter a qualidade do seu atendimento com tranquilidade.
O que você precisa considerar antes de definir o preço
Antes de colocar qualquer número no papel, é importante entender o que está por trás do valor da sua consulta. Não dá para simplesmente escolher um preço aleatório ou copiar o do colega.
Cada negócio tem sua realidade, e para chegar a um valor justo, é preciso levar em conta alguns pontos fundamentais.
O primeiro deles são os seus gastos mensais. Isso inclui tudo que você precisa pagar para manter o consultório funcionando.
Estamos falando de despesas como aluguel, luz, água, internet, telefone, salário da recepcionista, materiais descartáveis, limpeza, softwares de agendamento ou prontuário, entre outros.
Mesmo que você atenda em uma sala compartilhada, ainda assim existem custos envolvidos.
Além dos custos fixos, existem os chamados custos variáveis, que mudam de acordo com o número de atendimentos.
Um exemplo disso é o gasto com materiais específicos para cada consulta ou eventuais exames simples realizados no consultório.
Se você atende poucos pacientes por mês, o custo por consulta tende a ser maior. Se atende muitos, esse custo diminui.
Outro ponto importante é considerar o tempo que você dedica a cada consulta.
Não é só o tempo do atendimento em si, mas tudo que envolve o preparo, a organização da agenda, a análise de exames, o retorno com o paciente, entre outros detalhes que tomam tempo e não são diretamente remunerados. Isso precisa entrar na conta.
Por fim, pense também em quanto você quer ganhar com o seu trabalho. Isso não é egoísmo, é planejamento.
Você precisa estimar um valor mensal que cubra seus gastos pessoais e permita que você viva com tranquilidade. Afinal, o objetivo de trabalhar por conta própria é ter mais autonomia e também mais retorno.
Quando você considera esses quatro pontos — gastos fixos, gastos variáveis, tempo dedicado e remuneração desejada —, começa a enxergar a precificação como algo mais técnico e menos emocional.
Como fazer esse cálculo de forma simples
Fotos: Freepik
Agora que você já sabe o que precisa levar em conta, vamos partir para o cálculo.
A ideia aqui é te mostrar uma forma simples de chegar a um preço mínimo para sua consulta. Não é uma fórmula mágica, mas é uma boa base para começar.
O primeiro passo é somar todos os seus custos mensais com o consultório. Digamos que, ao colocar tudo na ponta do lápis, você descubra que gasta R$ 10.000 por mês para manter tudo funcionando.
Depois, pense em quanto você gostaria de ganhar por mês. Esse valor varia de acordo com seu estilo de vida, suas metas e suas necessidades. Vamos supor que você queira ter uma retirada mensal de R$ 8.000.
Somando os custos com o valor desejado, chegamos a R$ 18.000 por mês. Agora, estime quantas consultas você consegue realizar dentro desse período.
Se você atende, em média, 100 pacientes por mês, basta dividir o total de R$ 18.000 por esse número.
O resultado seria R$ 180 por consulta. Esse seria o valor mínimo para cobrir seus custos e garantir o rendimento que você deseja.
Se você cobrar menos que isso, vai acabar comprometendo sua renda ou tendo que atender mais do que gostaria, o que pode levar ao desgaste.
Lembrando que esse valor é apenas um ponto de partida. Você pode (e deve) ajustá-lo com o tempo, conforme seu consultório cresce, seus custos mudam ou seu posicionamento no mercado evolui.
O importante é começar com uma base sólida e não no achismo.
Pesquise o que outros médicos cobram (sem copiar)
Pesquisar o valor da consulta de outros médicos da sua área pode ser útil, mas é preciso tomar cuidado.
Não dá para copiar o preço do colega e achar que vai funcionar igual para você. Cada profissional tem uma realidade diferente.
Ainda assim, essa pesquisa pode te ajudar a entender a faixa de preço praticada no seu segmento e na sua região.
Você pode olhar o site de clínicas, fazer simulações de agendamento online ou até conversar com colegas de confiança. O objetivo aqui não é copiar, mas ter um ponto de referência.
Outro aspecto importante é entender como o seu serviço se posiciona em relação ao dos outros.
Se você oferece um atendimento mais completo, mais tempo de consulta, mais acompanhamento, ou tem especializações que te diferenciam, seu preço pode (e deve) refletir isso.
A consulta não é só o tempo sentado com o paciente, mas toda a experiência que você entrega.
Pense também no perfil do seu público. Se você atende um público mais sensível a preço, talvez precise encontrar formas de equilibrar valor e volume.
Se atende um público que busca mais exclusividade e conforto, pode trabalhar com preços mais altos e menor número de consultas por dia.
Lembre-se de que o preço comunica muito sobre o seu serviço. Consultas muito baratas podem passar a impressão de baixa qualidade, enquanto valores muito altos, sem justificativa clara, afastam pacientes.
Por fim, use essa pesquisa como um complemento ao seu cálculo de custos. Combine os dois e você terá uma base sólida para definir seu preço com segurança e clareza.
Não cobre barato demais (e nem muito acima do mercado)
Um erro comum na hora de definir o preço da consulta é cobrar muito abaixo do que seria ideal.
Isso acontece principalmente com profissionais que estão começando e querem atrair mais pacientes. A intenção pode ser boa, mas o resultado pode sair caro no longo prazo.
Cobrar barato demais não significa apenas ganhar menos. Significa também trabalhar mais para alcançar o mesmo resultado, o que pode comprometer a qualidade do seu atendimento.
Por outro lado, colocar um preço muito alto sem uma justificativa clara também pode afastar pacientes. O valor precisa fazer sentido para quem está pagando.
E isso está diretamente ligado à percepção de valor. O paciente precisa enxergar o benefício do que você oferece.
O equilíbrio está em definir um preço que cubra seus custos, valorize seu tempo e seja compatível com o público que você atende. Isso exige uma análise consciente e, muitas vezes, uma boa dose de autoconhecimento.
Saber o que você entrega e como isso impacta na vida das pessoas é essencial.
Evite decisões por impulso ou baseadas apenas em insegurança. Você estudou, se dedicou e está entregando um serviço que tem valor.
Precificação não é só matemática. É também posicionamento, estratégia e, acima de tudo, respeito com o seu próprio trabalho.
Se cobrar pouco demais virou rotina e você está se sentindo sobrecarregado, talvez seja hora de revisar seus preços.
O valor da consulta não deve ser um tabu, e sim uma ferramenta para equilibrar seu negócio e sua qualidade de vida.
Impostos: sim, eles existem
Uma parte que muitos profissionais da saúde esquecem na hora de precificar é o impacto dos impostos.
Mesmo sendo um tema pouco agradável para a maioria, ele é essencial para entender quanto realmente sobra no final do mês.
E aqui vai um alerta: o valor que entra na sua conta não é o lucro final.
Se você atende como pessoa física (autônomo), está sujeito a tributos como o Imposto de Renda e o INSS.
Já se atua como pessoa jurídica (com CNPJ), os tributos variam de acordo com o tipo de empresa que você abriu, e isso muda bastante o quanto você paga.
De forma simples, quanto mais você fatura, maior tende a ser a carga tributária.
Esses impostos precisam ser considerados no seu cálculo, pois reduzem significativamente a quantia que você efetivamente recebe.
Se você calcula o valor da consulta sem pensar neles, pode acabar achando que está ganhando mais do que realmente está.
Isso gera uma falsa sensação de lucro e atrapalha qualquer planejamento financeiro.
Outro ponto importante: não adianta ignorar os impostos e esperar que eles se resolvam sozinhos. Quando não são pagos corretamente, podem gerar multas, problemas com o CPF ou CNPJ, e dores de cabeça desnecessárias.
A melhor saída é incluir esses valores nos seus cálculos desde o início e evitar surpresas.
A boa notícia é que com a ajuda certa, é possível organizar essa parte de maneira simples.
Um profissional que entende do assunto pode te orientar sobre o regime mais vantajoso para sua realidade, ajudando a economizar e manter tudo em dia.
Isso te dá mais segurança e tranquilidade para focar no que você realmente gosta: atender seus pacientes.
Quando e como reajustar o preço da consulta
Foto: Freepik
Mesmo que você tenha começado com um valor bem calculado, é importante saber que ele não é definitivo.
Com o tempo, os custos aumentam, a estrutura muda, sua agenda se ajusta e até o seu posicionamento como profissional evolui. E tudo isso influencia no valor da sua consulta.
Reajustar o preço da consulta é algo natural e necessário. Assim como o aluguel sobe todo ano, e o valor do plano de saúde também, sua consulta precisa acompanhar o mercado.
Se você mantém o mesmo valor por anos, acaba perdendo poder de compra e, na prática, trabalhando mais por menos.
O ideal é revisar seus preços pelo menos uma vez por ano. Analise se os seus custos aumentaram, se a sua demanda mudou ou se você investiu em melhorias no atendimento.
Qualquer mudança significativa pode ser motivo para ajustar o valor da consulta. O importante é que esse reajuste faça sentido tanto para você quanto para seus pacientes.
Muita gente tem medo de aumentar o preço e perder pacientes, mas a verdade é que isso quase nunca acontece quando o serviço é bem feito e o valor é comunicado com clareza.
A chave está na transparência. Avise com antecedência, explique de forma simples os motivos do reajuste e mostre que ele tem relação com a melhoria do serviço.
Se você oferece um atendimento humano, respeitoso e eficiente, seus pacientes vão entender. Afinal, ninguém espera que tudo fique no mesmo preço para sempre.
O importante é não fazer isso de forma brusca ou sem planejamento. Um bom reajuste é aquele que é pensado, comunicado e aplicado com consciência.
Reajustar é uma forma de manter o equilíbrio financeiro do consultório, sem precisar aumentar exageradamente o número de atendimentos.
E isso impacta diretamente na sua qualidade de vida e na sustentabilidade do seu negócio.
Soluções Contili Contabilidade em Campo Grande para sua empresa
Você chegou até aqui, entendeu os principais pontos, viu como calcular e já tem uma ideia melhor de como precificar sua consulta.
Mas, se mesmo assim, ainda está com dúvidas ou sente insegurança para tomar essa decisão sozinho, tudo bem. Você não precisa fazer isso sem apoio.
A verdade é que definir o preço da consulta é só uma das partes da gestão do seu consultório.
Além disso, ainda tem o controle financeiro, os tributos, o planejamento de longo prazo, entre outros pontos que, se forem bem cuidados, fazem toda a diferença na sua rotina e no seu lucro.
Ter alguém que entenda do assunto e te oriente pode poupar tempo, evitar erros e permitir que você tome decisões mais estratégicas.
Um profissional que conhece a realidade de médicos e empreendedores da saúde pode ajudar você a entender melhor seus números, organizar seus custos e montar um plano de crescimento.
Com o apoio certo, você ganha mais clareza, se sente mais seguro e consegue focar no que realmente importa: atender seus pacientes com qualidade.
Isso é o que faz um consultório prosperar. E não precisa ser complicado nem técnico demais. A ideia é justamente simplificar sua rotina e melhorar seus resultados.
Se você é médico ou tem um consultório em Campo Grande, contar com um contador em Campo Grande pode facilitar (e muito) a sua vida.
Um contador em Campo Grande entende as particularidades da região, dos custos e das exigências locais, e pode te ajudar a definir o preço da consulta com mais segurança.
Se você está procurando esse tipo de apoio, a Contili Contabilidade está aqui para te ajudar.
Entre em contato com a gente e veja como podemos caminhar juntos para organizar suas finanças e fazer seu consultório crescer com tranquilidade.