A Rota Bioceânica de Mato Grosso do Sul promete transformar a logística das empresas, trazendo novos desafios e oportunidades. Mas como exatamente essa rota pode impactar seu negócio?

Neste artigo, vamos explorar os efeitos dessa nova realidade logística, desde os benefícios até os aspectos que exigem atenção especial

Se você quer saber como se preparar para aproveitar ao máximo essa mudança, continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber.

O que é a rota bioceânica?

A Rota Bioceânica é uma iniciativa que visa criar um corredor logístico ligando o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por Mato Grosso do Sul, Paraguai, Argentina e Chile.

Esse projeto é visto como uma alternativa mais rápida e econômica para o escoamento de produtos brasileiros, especialmente aqueles produzidos no Centro-Oeste, para mercados asiáticos e outros na costa oeste das Américas.

Com essa rota, o Brasil terá acesso a portos do Pacífico, encurtando o tempo de transporte e, consequentemente, reduzindo os custos logísticos.

Para o estado, a Rota Bioceânica representa uma oportunidade única de se consolidar como um hub logístico, conectando diferentes regiões do Brasil e países vizinhos.

Benefícios logísticos 

A principal vantagem da Rota Bioceânica para as empresas é a redução de custos e tempos de transporte.

Atualmente, o Brasil depende fortemente dos portos do Atlântico para suas exportações, o que pode resultar em longas jornadas marítimas, especialmente para mercados na Ásia.

Com a nova rota, produtos podem ser transportados por terra até o Chile e, de lá, embarcados diretamente para destinos no Pacífico, economizando tempo e dinheiro.

Outro benefício significativo é a diversificação de mercados. A Rota Bioceânica facilitará o acesso a mercados menos explorados, como os países da costa oeste da América Latina e Ásia.

Para as empresas, que têm a exportação como parte de sua estratégia de crescimento, isso significa novas oportunidades de negócio e maior segurança contra flutuações econômicas em mercados tradicionais.

Além disso, a melhoria da infraestrutura logística ao longo da rota proporcionará maior eficiência nas operações.

Com estradas e ferrovias melhoradas, a movimentação de mercadorias será mais rápida e confiável, o que é crucial para empresas que dependem de entregas just-in-time ou têm produtos perecíveis.

Desafios fiscais e contábeis

Foto: Mikhail Nilov/Pexels

Apesar dos benefícios, a Rota Bioceânica também trará desafios fiscais e contábeis.

Operar em uma nova rota internacional implica em lidar com diferentes regimes tributários, tarifas aduaneiras e normas contábeis.

As empresas precisarão entender como as diferentes tarifas e impostos ao longo da rota podem afetar seus custos.

A variação nas taxas de câmbio e as complexidades das regulações alfandegárias também são pontos críticos que devem ser considerados.

Esses fatores podem impactar diretamente a precificação dos produtos, margens de lucro e a competitividade das empresas no mercado externo.

Além disso, a conformidade com as regulamentações contábeis e fiscais de outros países requer um conhecimento especializado que muitas não possuem internamente.

Isso pode levar à necessidade de contratar consultorias especializadas ou aumentar a capacitação da equipe interna, o que representa um custo adicional.

Oportunidades de Crescimento 

Com os desafios vêm também as oportunidades. A Rota Bioceânica abre um leque de possibilidades de crescimento para as que estão dispostas a expandir suas operações e se adaptar às novas condições logísticas.

A proximidade com novos mercados pode permitir que as empresas explorem nichos que antes eram inacessíveis devido aos altos custos logísticos.

Além disso, a melhoria da infraestrutura e a redução dos custos de transporte podem aumentar a competitividade no mercado interno.

Empresas que conseguem entregar seus produtos de maneira mais rápida e eficiente terão uma vantagem competitiva significativa sobre aquelas que ainda dependem das rotas tradicionais.

A Rota Bioceânica também pode incentivar a inovação. A necessidade de se adaptar a novos mercados e condições logísticas pode estimular o desenvolvimento de novos produtos ou a adaptação dos existentes para atender às demandas específicas desses mercados.

Para muitas empresas, essa pode ser a oportunidade de se diferenciar da concorrência e se estabelecer como líderes em seus setores.

Investimentos necessários em infraestrutura

Para que possam aproveitar plenamente os benefícios da Rota Bioceânica, investimentos em infraestrutura serão essenciais.

Mato Grosso do Sul, como ponto central da rota, precisará de melhorias em suas estradas, ferrovias e portos para garantir que a movimentação de mercadorias seja eficiente e segura.

Esses investimentos não são responsabilidade exclusiva do governo. As empresas também precisam considerar como podem contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura, seja através de parcerias público-privadas ou investindo em suas próprias operações logísticas.

Empresas que dependem fortemente do transporte de mercadorias podem considerar a construção de centros de distribuição ou a modernização de suas frotas para garantir que estejam prontas para operar em um cenário logístico mais dinâmico.

Além disso, a digitalização das operações logísticas será um fator chave para o sucesso na nova rota.

Investimentos em tecnologia, como sistemas de gestão de transporte e rastreamento de mercadorias, podem ajudar a gerenciar suas operações de maneira mais eficiente e a se adaptarem rapidamente às mudanças nas condições de transporte.

Aspectos contábeis a considerar

Com a Rota Bioceânica em operação, as empresas precisarão prestar atenção especial aos aspectos contábeis de suas operações.

A contabilidade internacional pode ser complexa, especialmente para empresas que estão expandindo suas operações além das fronteiras nacionais pela primeira vez.

Um dos principais aspectos a considerar é a variação cambial. Transações internacionais geralmente envolvem diferentes moedas, o que pode introduzir flutuações nos resultados financeiros.

Além disso, a conformidade com as normas contábeis internacionais, como as IFRS (Normas Internacionais de Relatório Financeiro), pode ser necessária, dependendo da natureza e do volume das operações internacionais.

Outro ponto crítico é a tributação. As empresas precisarão entender como as diferentes jurisdições tributam suas operações e como isso afeta sua carga tributária total.

Isso pode exigir uma reavaliação das estratégias fiscais da empresa para garantir que estejam otimizadas para o novo cenário logístico.

Parcerias estratégicas e terceirização

Foto: fauxels/pexels

A Rota Bioceânica também pode abrir novas oportunidades de parcerias estratégicas.

Empresas que talvez não tenham a capacidade de gerenciar todas as complexidades logísticas e contábeis internamente podem considerar a terceirização de certas funções para especialistas.

Parcerias com empresas de logística, por exemplo, podem permitir que elas aproveitem ao máximo a nova rota sem precisar investir pesadamente em infraestrutura própria.

Da mesma forma, parcerias com consultorias contábeis e fiscais especializadas em comércio internacional podem ajudar a navegar pelas complexidades fiscais e contábeis associadas à Rota Bioceânica.

Essas parcerias podem ser particularmente vantajosas para as que estão entrando no comércio internacional pela primeira vez.

Ao alavancar a experiência de parceiros estratégicos, essas empresas podem minimizar riscos e maximizar as oportunidades oferecidas pela nova rota.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

A sustentabilidade é um fator cada vez mais importante nas operações empresariais, e a Rota Bioceânica não é exceção.

As empresas precisarão considerar como suas operações logísticas podem impactar o meio ambiente e o que podem fazer para minimizar esse impacto.

Isso pode incluir a escolha de modos de transporte mais sustentáveis, como ferrovias em vez de rodovias, ou a implementação de práticas de transporte eficientes em termos de combustível.

Além disso, elas podem ser incentivadas a adotar práticas de logística reversa, que envolvem a devolução e o reaproveitamento de produtos e materiais.

A responsabilidade ambiental também pode ser uma vantagem competitiva.

As empresas que conseguem demonstrar um compromisso com a sustentabilidade podem atrair clientes e parceiros que valorizam práticas empresariais responsáveis.

Preparação para a nova realidade logística

Com todas as mudanças trazidas pela Rota Bioceânica, elas precisarão se preparar para a nova realidade logística.

Isso envolve não apenas entender as oportunidades e desafios, mas também adaptar suas operações, estratégias e estruturas organizacionais para se alinhar com as novas demandas.

Capacitação da equipe, investimentos em tecnologia e a revisão de processos operacionais serão fundamentais para garantir que estejam prontas para competir e crescer no novo cenário.

Além disso, a construção de um plano de contingência para lidar com possíveis interrupções na rota, como problemas na infraestrutura ou mudanças nas regulações, será crucial para a continuidade dos negócios.

Preparar-se adequadamente permitirá que as empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem em um ambiente logístico em rápida evolução.

Empresas que tomam medidas proativas para se adaptar à nova realidade estarão em uma posição muito melhor para aproveitar as oportunidades e mitigar os riscos.

Perspectivas futuras e próximos passos

A implementação da Rota Bioceânica é apenas o começo de uma transformação logística que deve continuar a evoluir nos próximos anos.

Para as empresas, é vital manter-se informadas sobre os desenvolvimentos futuros e estar prontas para adaptar suas estratégias conforme necessário.

As perspectivas futuras incluem o potencial para novas rotas e conexões logísticas que podem surgir como resultado da Rota Bioceânica.

Empresas que mantêm uma visão de longo prazo e estão dispostas a inovar estarão melhor posicionadas para aproveitar as oportunidades que surgirem.

Os próximos passos para as incluem a realização de uma análise aprofundada de suas operações atuais, identificando áreas de melhoria e desenvolvendo um plano de ação para se alinhar às novas condições logísticas.

Além disso, a busca por parcerias estratégicas e o investimento em tecnologia e capacitação serão fundamentais para garantir que elas estejam prontas para enfrentar o futuro com confiança.