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Guia prático para tirar sua empresa do vermelho
A saúde financeira de uma empresa é como o coração de um corpo humano. Se ele não bate bem, todo o resto começa a falhar.
Quando um negócio “entra no vermelho”, isso significa que as despesas e dívidas estão maiores do que as receitas, e essa situação pode gerar decisões precipitadas e até a falência, se não houver uma reação rápida.
Mas a boa notícia é que existem caminhos para reverter esse cenário, mesmo quando a pressão parece grande.
Neste artigo, você vai encontrar orientações práticas para entender onde está o problema, criar estratégias para cortar gastos, aumentar a receita e reorganizar a casa.
Nada de termos técnicos complicados: a ideia é que qualquer empreendedor, independente do tamanho da sua empresa, consiga aplicar essas dicas e começar a sair do vermelho.
Entenda exatamente a situação financeira
O primeiro passo para tirar a empresa do vermelho é ter uma visão clara e honesta da situação financeira.
Isso pode parecer óbvio, mas muitas empresas afundam justamente porque os donos não têm noção precisa do tamanho do problema.
Sem um diagnóstico real, qualquer medida adotada será como tentar apagar um incêndio no escuro: você não sabe exatamente onde está o fogo e nem se o que está fazendo vai resolver.
Por isso, antes de agir, é fundamental colocar todos os números na mesa e entender de onde vem a pressão no caixa.
Comece listando todas as dívidas da empresa, incluindo valores, prazos, juros e credores. Inclua também obrigações futuras, como impostos a vencer, contas fixas e variáveis, salários e fornecedores.
Ao mesmo tempo, registre todas as fontes de receita, desde as mais previsíveis até as sazonais.
Esse mapeamento vai mostrar se o problema é momentâneo, causado por um evento pontual, ou se é estrutural, resultado de falhas recorrentes na gestão financeira.
Um exemplo prático: se a queda nas vendas aconteceu apenas em um mês específico por causa de um feriado prolongado, a estratégia será diferente de um caso em que as vendas vêm caindo mês após mês.
Não fuja dos números. Muitos empresários evitam olhar para o caixa porque sabem que não vão gostar do que vão ver, mas esse é um erro perigoso.
Ignorar o problema só vai fazer com que ele aumente. Encarar a realidade, por mais dura que seja, é o primeiro passo para começar a revertê-la.
E lembre-se: números não são inimigos, mas sim aliados que mostram onde estão as oportunidades de melhoria. Se possível, busque ajuda externa para interpretar os dados.
Isso não significa delegar a responsabilidade, mas contar com uma visão de fora pode revelar pontos cegos que você, por estar muito envolvido no dia a dia, talvez não perceba.
Um contador ou consultor financeiro pode ajudar a traduzir as informações em ações concretas.
Essa união entre sua experiência como empreendedor e o olhar técnico de um especialista é extremamente valiosa para criar um plano sólido.
Com o diagnóstico em mãos, você terá um retrato fiel da situação. A partir daí, será possível tomar decisões mais seguras, sem depender de palpites ou “achismos”. Essa clareza é o que vai guiar todos os próximos passos.
Organize o fluxo de caixa com disciplina
O fluxo de caixa é como o mapa que mostra todos os caminhos do dinheiro dentro da sua empresa. Sem ele, é muito fácil se perder.
Organizar esse fluxo significa registrar, de forma detalhada, todas as entradas e saídas de recursos, para que você saiba, em tempo real, qual é a situação do caixa.
Não basta fazer isso uma vez por mês; o ideal é que seja um acompanhamento constante, diário ou semanal, dependendo do volume de movimentações.
Para começar, escolha uma ferramenta que facilite o registro. Pode ser uma planilha no computador ou um software de gestão financeira.
O mais importante é que seja algo prático, que permita lançar dados rapidamente, evitando que você acumule informações para depois. A disciplina nesse processo é o que garante a precisão das informações.
Ao manter o fluxo de caixa atualizado, você consegue prever com antecedência se haverá falta de recursos para pagar contas e se planejar para evitar atrasos.
Outro ponto essencial é separar as contas da empresa das contas pessoais. Esse é um erro muito comum, especialmente em negócios menores.
Quando o dinheiro pessoal e o da empresa se misturam, fica impossível entender se o negócio está de fato gerando lucro ou se está sendo sustentado por recursos de fora.
Essa mistura também dificulta a identificação de despesas desnecessárias, já que os gastos se confundem.
Manter o fluxo de caixa organizado também permite identificar padrões e comportamentos financeiros.
Por exemplo, você pode perceber que determinadas despesas se repetem sem necessidade ou que há um período do mês em que o caixa fica mais apertado.
Essas informações ajudam a planejar melhor os pagamentos e até a negociar prazos com fornecedores para equilibrar as saídas de dinheiro.
Além disso, um fluxo de caixa bem estruturado aumenta sua credibilidade ao negociar com credores ou buscar crédito no mercado.
Ao apresentar dados claros, você demonstra que está no controle da situação, o que abre portas para condições mais vantajosas.
Essa organização é, portanto, não apenas uma ferramenta de gestão, mas também uma carta na manga para futuras negociações.
Corte de gastos inteligente
Quando se fala em cortar gastos, muitos empreendedores pensam logo em medidas drásticas, como reduzir a equipe ou diminuir a qualidade do produto.
Embora essas decisões possam trazer alívio momentâneo, elas podem comprometer seriamente a competitividade e a reputação do negócio.
Por isso, o ideal é adotar um corte de gastos inteligente, que priorize a eliminação de desperdícios e a renegociação de custos, sem afetar diretamente o que sustenta as vendas e a satisfação do cliente.
O primeiro passo é revisar todos os contratos e assinaturas ativas. Muitas empresas pagam por serviços que já não utilizam ou que poderiam ser substituídos por opções mais acessíveis.
Assinaturas de softwares pouco usados e pacotes de telefonia desproporcionais são bons exemplos de despesas que podem ser enxugadas sem impacto significativo.
Essa revisão minuciosa pode revelar um potencial de economia que passa despercebido no dia a dia.
Outra estratégia eficiente é renegociar com fornecedores. Se o seu negócio mantém uma relação de longo prazo com um fornecedor, existe grande chance de obter descontos ou prazos de pagamento mais longos.
Uma simples conversa, embasada em dados do seu histórico de compras, pode gerar condições muito mais favoráveis.
Isso vale tanto para insumos quanto para serviços, e até mesmo para o aluguel do ponto comercial, quando for o caso.
Além disso, é importante olhar para dentro da operação e identificar possíveis desperdícios.
Gastos excessivos de energia, uso desnecessário de insumos e retrabalho por falhas de processo são exemplos de custos ocultos que corroem a margem de lucro.
Pequenas mudanças, como otimizar horários de produção, treinar a equipe para evitar erros e monitorar melhor o consumo de recursos, podem trazer resultados expressivos no final do mês.
O corte de gastos inteligente é, na prática, um exercício de priorização. É entender onde vale a pena investir e onde é possível economizar sem comprometer a entrega.
Ao focar nos desperdícios e não nos pilares do negócio, você garante que a empresa continue competitiva enquanto ganha fôlego para sair do vermelho.
Renegociação de dívidas e compromissos
Fotos: Freepik
Se a empresa já acumula dívidas, a renegociação pode ser uma das medidas mais eficazes para aliviar a pressão no caixa.
No entanto, é fundamental adotar uma postura estratégica nesse processo, para evitar trocas que resolvem um problema temporário, mas criam outro ainda maior.
O primeiro passo é listar todos os débitos em aberto, destacando valores, taxas de juros, prazos e credores. Essa visão completa vai permitir que você priorize as dívidas mais caras e urgentes.
Ao entrar em contato com os credores, seja transparente. Explique a situação atual, apresente um plano realista para quitação e mostre disposição para manter a relação comercial.
Muitas empresas e instituições financeiras preferem renegociar do que perder o cliente ou acionar medidas judiciais.
Ao propor novas condições, como prazos mais longos ou redução de juros, você demonstra responsabilidade e aumenta as chances de aceitação.
Outra possibilidade é buscar linhas de crédito mais baratas para quitar dívidas caras.
Isso é conhecido como “portabilidade” ou “troca de dívida” e pode reduzir significativamente o custo financeiro, desde que seja bem planejado.
Antes de optar por essa alternativa, compare taxas, analise os encargos adicionais e simule o impacto no fluxo de caixa. O objetivo é reduzir a carga de juros, não criar uma nova bola de neve.
A renegociação também pode incluir compromissos recorrentes, como aluguel, taxas bancárias e contratos de prestação de serviços.
Um exemplo prático: ao renegociar o aluguel de um ponto comercial, mesmo que seja apenas por um período, você pode ganhar o fôlego necessário para reorganizar as finanças.
Da mesma forma, substituir um serviço por outro mais acessível, sem perder qualidade, pode representar uma economia considerável.
Mais do que conseguir condições melhores, renegociar é uma forma de ganhar tempo e espaço para colocar o plano de recuperação em prática.
Quanto mais cedo essa etapa for iniciada, maiores as chances de manter a empresa operando sem comprometer a credibilidade no mercado.
Aumentar as receitas de forma estratégica
Não basta apenas reduzir despesas. Para sair do vermelho, é essencial também buscar maneiras de aumentar as receitas.
E isso precisa ser feito de forma estratégica, evitando ações que tragam lucro rápido, mas prejudiquem o negócio no longo prazo.
O ideal é identificar oportunidades de vendas que aproveitem os recursos já disponíveis, evitando grandes investimentos iniciais.
Uma estratégia comum é criar promoções inteligentes, que incentivem o aumento do ticket médio ou a compra recorrente.
Por exemplo, oferecer um desconto para quem leva dois produtos em vez de um, ou criar pacotes que combinem itens com maior margem de lucro.
Essa abordagem não apenas aumenta as vendas, como também pode ajudar a girar o estoque mais rápido.
Outra possibilidade é diversificar o portfólio de produtos ou serviços, desde que isso faça sentido para o perfil do cliente.
Uma empresa de alimentação, por exemplo, pode incluir opções de entrega para alcançar clientes que não frequentam o local fisicamente.
Já um prestador de serviços pode oferecer pacotes de manutenção ou consultoria que gerem receita contínua ao longo do ano.
Investir no relacionamento com o cliente também é uma poderosa estratégia de crescimento.
Um atendimento personalizado, um pós-venda bem feito e ações de fidelização aumentam a chance de clientes satisfeitos indicarem a empresa para outras pessoas.
Isso reduz o custo de aquisição de novos consumidores e cria um ciclo saudável de vendas.
Vale lembrar que aumentar a receita não significa, necessariamente, fazer grandes campanhas de marketing ou investir pesado em publicidade.
Muitas vezes, pequenas mudanças na comunicação, como melhorar a presença nas redes sociais ou atualizar o cardápio de ofertas, já geram resultados significativos.
O importante é agir com foco e mensurar os resultados para identificar o que realmente funciona.
Reorganização tributária
A carga tributária no Brasil é um dos grandes desafios para empresas de todos os portes.
Muitas vezes, o problema não é apenas o valor dos impostos, mas sim a forma como a empresa está enquadrada e cumpre suas obrigações fiscais.
Uma escolha errada de regime tributário, por exemplo, pode fazer com que o negócio pague muito mais do que deveria.
Por isso, revisar essa área é um passo importante para ganhar fôlego financeiro e reduzir despesas de forma legal.
O primeiro passo é avaliar se o regime tributário atual é realmente o mais vantajoso. Empresas no Simples Nacional, no Lucro Presumido ou no Lucro Real têm formas diferentes de cálculo e recolhimento de impostos.
Dependendo do faturamento, da atividade e da margem de lucro, pode ser mais estratégico mudar de regime.
Essa decisão, no entanto, deve ser tomada com base em cálculos e simulações, de preferência com o apoio de um contador experiente.
Além disso, é importante verificar se existem créditos tributários que podem ser recuperados.
Em alguns casos, empresas pagam tributos a mais por falta de conferência nas guias ou por não conhecerem determinados benefícios fiscais.
Essa revisão pode resultar na devolução de valores ou compensações que aliviam o caixa e ajudam na retomada.
Outra frente de ação é aproveitar programas de parcelamento e incentivos oferecidos pelo governo.
Regularizar dívidas tributárias por meio de negociações especiais pode reduzir multas e juros, além de evitar problemas como bloqueios judiciais ou restrições no CNPJ.
Essas condições nem sempre estão disponíveis, por isso é importante acompanhar e agir rápido quando surgirem.
A reorganização tributária, portanto, não é apenas uma questão burocrática, mas uma estratégia financeira que pode representar economia significativa.
Ao ajustar essa parte, a empresa não apenas paga menos impostos, como também evita problemas futuros e mantém sua regularidade perante os órgãos fiscais.
Criando e seguindo um plano de recuperação
Foto: Freepik
Depois de diagnosticar a situação, organizar o fluxo de caixa, cortar gastos, renegociar dívidas, aumentar receitas e revisar a parte tributária, chega o momento de consolidar todas essas ações em um plano de recuperação.
Esse plano é como um roteiro que guia a empresa em direção ao equilíbrio financeiro, ajudando a manter o foco e a disciplina ao longo do caminho. O ideal é que o plano contenha metas claras e prazos definidos.
Por exemplo, reduzir as despesas fixas em 15% nos próximos seis meses, aumentar o faturamento em 20% no próximo trimestre ou quitar 50% das dívidas prioritárias até o final do ano.
Essas metas precisam ser realistas, para que possam ser cumpridas e sirvam como motivação para o time.
Também é essencial definir indicadores de acompanhamento. Monitorar métricas como saldo de caixa, margem de lucro e inadimplência dos clientes permite avaliar se o plano está funcionando ou se ajustes são necessários.
Essa análise deve ser feita com frequência, preferencialmente todos os meses, para corrigir o rumo antes que qualquer problema se agrave.
Outro ponto importante é envolver toda a equipe no processo. Quando os colaboradores entendem os objetivos e o papel de cada um para alcançá-los, o engajamento aumenta.
Reuniões periódicas para compartilhar avanços, desafios e conquistas ajudam a manter todos alinhados e comprometidos com o resultado.
Um plano de recuperação bem estruturado não serve apenas para tirar a empresa do vermelho, mas também para criar uma base sólida para o futuro.
Ao adotar hábitos de gestão mais organizados e estratégicos, o risco de voltar a uma situação de crise diminui, permitindo que a empresa cresça de forma mais segura e sustentável.
Soluções de um contador em Campo Grande para o seu negócio
Se você chegou até aqui, provavelmente está buscando uma forma concreta de aplicar tudo o que aprendeu e finalmente tirar a sua empresa do vermelho.
A boa notícia é que você não precisa passar por esse processo sozinho.
Ter o apoio de um contador em Campo Grande pode fazer toda a diferença na hora de organizar as finanças, revisar o regime tributário e implementar estratégias que realmente funcionam para o seu tipo de negócio.
Um contador em Campo Grande conhece de perto a realidade e as particularidades da economia local, o que facilita na hora de encontrar soluções sob medida para sua empresa.
Além disso, contar com um profissional experiente significa ter alguém para acompanhar de perto o seu fluxo de caixa, orientar sobre cortes inteligentes e identificar oportunidades para aumentar a receita de forma segura.
Se você é empreendedor e precisa de um contador que vá além da burocracia e seja um parceiro estratégico na recuperação financeira da sua empresa, entre em contato agora com a Contili Contabilidade agora mesmo.