Blog
Mercado livre de energia: Uma nova opção para PMEs
Em um mundo onde a energia é um recurso vital, uma revolução está em curso para as pequenas e médias empresas. O ano de 2024 marca o início de uma era de novas possibilidades no setor energético.
Imagine ter o poder de escolher seu próprio fornecedor de energia, negociar preços e controlar seus gastos com mais eficiência. Isso agora é uma realidade para as PMEs no Brasil.
Neste artigo, vamos explorar como essa mudança impacta o seu negócio, as oportunidades que se abrem e os desafios que podem surgir.
Prepare-se para embarcar em uma jornada informativa que pode transformar a maneira como sua empresa lida com a energia. Vamos lá?
Uma nova era para a energia das PMEs
Em 2024, as pequenas e médias empresas brasileiras enfrentam uma mudança notável no mercado. Agora, elas têm a opção de ingressar no mercado livre de energia, o que antes era limitado a grandes consumidores.
Este novo cenário permite que negócios com gastos significativos em energia, como padarias com contas próximas a R$ 9 mil, escolham seus próprios fornecedores. Isso contrasta com o modelo anterior, onde essas empresas estavam vinculadas às distribuidoras locais e às condições do mercado regulado.
A possibilidade de negociar diretamente sobre preço, quantidade e condições de pagamento traz um novo elemento ao gerenciamento para essas empresas, ampliando as opções e potencialmente influenciando a forma como elas gerenciam seus recursos energéticos.
O que mudou?
Antes de 2024, a participação era restrita a consumidores com alta demanda energética, especificamente aqueles com consumo mínimo de 500 kilowatts. Isso limitava o acesso principalmente a grandes indústrias.
A mudança significativa em 2024 eliminou este requisito de demanda mínima, permitindo que todas as empresas ligadas em alta tensão, independentemente do seu consumo, participassem do mercado livre.
Com aproximadamente 200 mil unidades conectadas em alta tensão no Brasil, esta mudança abriu portas para um número expressivo de empresas, incluindo as 37 mil que já operavam nesse sistema e outras que utilizavam energia solar e geração distribuída.
Entendendo os dois ambientes de contratação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O mercado brasileiro de energia é dividido em dois ambientes distintos:
1. Ambiente de Contratação Regulada (ACR):
Neste ambiente, os consumidores, geralmente residenciais e pequenos negócios, compram energia das concessionárias de distribuição locais, como Light e Enel.
Aqui, a fatura é única, englobando tanto a distribuição quanto a geração.
2. Ambiente de Contratação Livre (ACL):
Já no ACL, consumidores – agora incluindo mais PMEs – têm a liberdade de comprar energia diretamente de geradores ou comercializadores. Isso permite negociar condições de preço e fornecimento em contratos bilaterais.
Neste caso, o consumidor paga duas faturas: uma para a distribuidora pelo transporte e outra para o fornecedor pelo consumo. A tarifa de transporte é regulada pelo governo, enquanto o preço da energia é determinado pelo contrato negociado.
Essa diferenciação entre os dois ambientes oferece aos consumidores opções variadas de acordo com suas necessidades e capacidades de negociação.
Vantagens da migração
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A migração traz várias vantagens para as PMEs, especialmente em termos de custos e gestão energética:
– Redução de custos:
Uma das principais vantagens é a potencial redução nos custos. As empresas podem obter contratos de geração de energia a preços mais competitivos do que os oferecidos no cativo.
Isso ocorre devido à possibilidade de negociar diretamente com os fornecedores, buscando as melhores ofertas e condições.
– Previsibilidade nos custos:
Nele, as empresas têm a vantagem de saber antecipadamente o custo que estão contratando. Isso traz uma maior previsibilidade financeira, já que não estão sujeitas às variações e ajustes típicos do mercado cativo.
Essa previsibilidade facilita o planejamento orçamentário e a gestão financeira das empresas.
– Flexibilidade na escolha de fornecedores:
Outro benefício significativo é a liberdade para escolher fornecedores.
As PMEs podem buscar opções que melhor atendam às suas necessidades específicas, seja em termos de preço, tipo (como renovável), qualidade do serviço, entre outros.
– Possibilidade de contratos personalizados:
Diferentemente do mercado cativo, onde as condições de contrato são padronizadas, as empresas podem negociar contratos que se ajustem melhor às suas necessidades específicas em termos de volume, duração e outros termos.
– Incentivo à energia renovável:
Há também uma tendência de maior adoção de energias renováveis. Empresas interessadas em sustentabilidade podem buscar fornecedores que ofereçam energia proveniente de fontes renováveis, alinhando-se a práticas ambientalmente responsáveis.
Essas vantagens demonstram que a migração pode ser uma estratégia vantajosa para PMEs que buscam maior controle e eficiência em seus gastos energéticos.
A evolução
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O mercado livre de energia no Brasil tem uma história interessante. Começou focado em grandes empresas, mas com o tempo, isso mudou.
Nos anos 2000, gigantes como Vale e Votorantim começaram a usar esse sistema para comprar energia. Eles buscavam melhores preços e opções mais sustentáveis.
Por volta de 2008, cerca de um quinto da energia usada no país vinha dele. Esse número só aumentou, principalmente porque as empresas passaram a se interessar mais por energia limpa, como a solar ou eólica.
Essa mudança mostra que as empresas não estão apenas preocupadas com o preço, mas também de onde ela vem e seu impacto no ambiente.
Agora, com mais pequenas e médias empresas podendo entrar nesse mercado, essa tendência de buscar energia boa e barata deve crescer ainda mais.
Um horizonte promissor
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A abertura para pequenas e médias empresas representa um marco importante no setor energético brasileiro.
Iniciativas como essa são essenciais para impulsionar a competitividade e a inovação, especialmente em um contexto onde a eficiência energética e a sustentabilidade se tornam cada vez mais cruciais.
Com a liberdade de escolher fornecedores e negociar contratos, as PMEs agora têm a oportunidade de otimizar seus custos operacionais.
Além disso, a migração pode significar uma maior previsibilidade nos gastos com energia, um fator chave para o planejamento financeiro e a estabilidade dos negócios.
É importante salientar que, embora o mercado livre traga várias vantagens, como redução de custos e maior controle sobre o fornecimento de energia, cada empresa deve avaliar cuidadosamente sua situação específica antes de tomar a decisão de migrar.
Aspectos como demanda energética, análise de viabilidade econômica e adequação às novas exigências são cruciais para garantir que a transição seja benéfica.
Olhando para o futuro, a tendência é que o esse sistema de energia continue a crescer e a se desenvolver, oferecendo cada vez mais opções para as empresas.
À medida que mais empreendedores começam a explorar as oportunidades deste novo cenário, espera-se que surjam novas soluções inovadoras e sustentáveis no fornecimento.