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Quais documentos sua associação deve manter
Quando falamos em administrar uma associação, logo pensamos no impacto social, nos projetos realizados, no bem que é feito à comunidade.
Mas por trás de toda associação que funciona bem, existe algo essencial que muitas vezes passa despercebido: a organização dos documentos obrigatórios.
E não é só burocracia por burocracia. Manter a documentação em dia é o que dá segurança, legitimidade e estabilidade para a entidade continuar existindo e crescendo.
Se você está envolvido na gestão de uma associação, seja como presidente, tesoureiro ou até voluntário mais engajado, esse conteúdo vai te ajudar.
Vamos mostrar quais documentos são realmente importantes, por que cada um deles existe e como manter tudo organizado.
A ideia aqui é facilitar sua vida, sem complicar com linguagem técnica. Então se acomoda aí, que a gente vai descomplicar esse assunto para você.
Por onde tudo começa: documentos que dão vida legal à associação
Antes de mais nada, toda associação precisa existir oficialmente. Isso significa ter uma base legal que a reconheça como uma entidade formal, registrada, e não apenas um grupo de pessoas com uma boa ideia.
Essa base começa com o Estatuto Social, que é como uma espécie de manual de funcionamento da associação.
Nele, constam informações como os objetivos da entidade, as regras de funcionamento, quem pode ser associado, como são feitas as eleições da diretoria, entre outras diretrizes.
Esse estatuto não pode ser apenas criado e guardado. Ele precisa ser registrado em cartório para ter validade. Só depois disso é que a associação pode seguir para os próximos passos.
Junto com o Estatuto, é preciso elaborar a Ata de Fundação, que é o registro oficial da primeira reunião do grupo, onde tudo começou.
Essa ata também deve ser registrada em cartório, pois comprova quando e como a associação foi criada.
Depois de registrado, o próximo passo é obter o CNPJ junto à Receita Federal.
É isso que permite que a associação funcione como uma entidade jurídica: possa abrir conta bancária, emitir recibos, fazer contratos e ter relações formais com empresas e órgãos públicos.
Para conseguir o CNPJ, a Receita exige justamente o Estatuto e a Ata de Fundação registrados. Ou seja, é um processo em cadeia.
Mas o trabalho não termina aí. Toda vez que houver uma eleição de diretoria ou alguma mudança importante nas regras da associação, é necessário fazer uma nova ata e registrá-la em cartório.
Isso mantém o histórico atualizado e mostra que a associação está ativa, com sua governança em dia.
Manter esse núcleo de documentos organizado é o primeiro passo para qualquer outro processo legal.
Sem eles atualizados, a associação pode até ter projetos incríveis, mas corre o risco de não conseguir firmar parcerias, receber recursos públicos ou prestar contas de forma correta.
Certidões que mostram que está tudo certo com a entidade
Com o básico legal resolvido, é hora de cuidar de outro tipo de documento que também é essencial: as certidões negativas.
Essas certidões comprovam que a associação está em dia com suas obrigações fiscais e legais. A principal delas é a Certidão Negativa de Débitos (CND), emitida pela Receita Federal.
Ela confirma que não há pendências com tributos federais nem com o INSS.
Se a associação possui funcionários contratados, também é necessário ter a Certidão de Regularidade do FGTS, que é emitida pela Caixa Econômica Federal.
Esse documento garante que a entidade está fazendo os depósitos do FGTS corretamente. Muitas vezes, ele é exigido quando a associação tenta firmar parcerias com o poder público ou mesmo participar de licitações.
Além dessas, é comum que sejam exigidas certidões estaduais e municipais. Isso vai depender do local onde a associação está registrada e onde atua.
Essas certidões podem variar, mas geralmente envolvem débitos com a prefeitura, com o estado ou com taxas locais.
É importante verificar com a contabilidade ou com o setor jurídico local quais são as exigências específicas da sua região.
Uma característica importante das certidões é que elas têm prazo de validade, e muitas vezes ele é curto. Algumas vencem em 30 dias, outras em 90, e isso exige um controle constante.
Por isso, é uma boa prática manter um calendário de vencimentos ou alertas automáticos para lembrar a diretoria quando for hora de renovar algum documento.
Essas certidões funcionam como uma espécie de “sinal verde” para a associação. Mostram que tudo está em ordem e que a entidade pode seguir operando com tranquilidade.
Além disso, são frequentemente solicitadas em editais, convênios, contratos e auditorias.
Parte financeira: documentos que mostram como o dinheiro está sendo usado
Fotos: Freepik
Toda associação, por mais simples que seja, movimenta recursos. Pode ser por meio de doações, mensalidades de associados, convênios públicos ou parcerias privadas.
E toda movimentação financeira precisa ser registrada de forma clara e transparente. Isso é feito por meio das demonstrações contábeis, como o balanço patrimonial e o relatório de receitas e despesas.
Essas demonstrações servem para mostrar como o dinheiro foi usado e se os recursos foram aplicados conforme os objetivos da associação.
Além disso, elas são exigidas em prestações de contas e podem ser decisivas na hora de renovar um convênio ou conquistar novos apoios.
Por isso, é essencial que elas estejam sempre em dia e elaboradas por um profissional da área contábil.
Outro ponto importante é o controle por meio do Livro Diário e Livro Razão.
Esses nomes podem parecer técnicos, mas a ideia por trás deles é simples: o Diário registra todas as movimentações financeiras, dia após dia, enquanto o Razão organiza essas informações por categoria.
Com esses dois livros, é possível entender exatamente o que entrou e o que saiu do caixa.
Mesmo que a associação seja pequena e não tenha grandes volumes de dinheiro circulando, manter esses registros ajuda na organização e evita problemas com a Receita Federal.
Além disso, demonstra responsabilidade e seriedade diante de quem apoia o projeto.
Não podemos esquecer que existem declarações obrigatórias a serem enviadas ao governo, mesmo quando a associação não tem imposto a pagar.
Essas declarações mudam de nome conforme o porte da entidade, mas o importante é que elas existam e sejam entregues dentro dos prazos. Caso contrário, a associação pode sofrer multas ou até ter o CNPJ suspenso.
Quando a associação tem funcionários, o cuidado com a documentação é ainda maior
Se a sua associação tem pessoas contratadas, mesmo que seja apenas uma, isso já exige uma atenção especial com a documentação trabalhista.
O primeiro passo é manter uma folha de pagamento atualizada, com os salários, benefícios e encargos sociais detalhados mês a mês.
Esse documento é essencial tanto para os colaboradores quanto para o controle interno da entidade. Junto com a folha, é necessário ter os registros individuais de cada colaborador.
Isso inclui contrato de trabalho, cópias de documentos pessoais, comprovantes de exames admissionais e periódicos, e toda comunicação formal que aconteça durante o vínculo, como alterações de cargo ou de salário.
Outro ponto fundamental são os comprovantes de pagamento dos encargos trabalhistas, como o FGTS e o INSS.
Esses comprovantes servem como prova de que a associação está cumprindo suas obrigações com os funcionários e com o governo. E em caso de fiscalização, eles serão exigidos.
É importante destacar que nem todo trabalho precisa ser remunerado. Muitas associações contam com voluntários e isso é ótimo. Mas mesmo o voluntariado precisa ser formalizado.
Existe um termo de voluntariado que deve ser assinado pelas partes, deixando claro que não há vínculo empregatício. Isso protege tanto a entidade quanto a pessoa voluntária.
Além disso, dependendo da estrutura da associação, pode ser necessário manter registros relacionados a segurança do trabalho, como a entrega de EPIs ou comprovantes de treinamentos.
Tudo isso entra no pacote de documentação trabalhista e mostra que a entidade leva a sério seus compromissos com quem trabalha nela.
Para acessar benefícios e isenções, a documentação também precisa estar impecável
Muitas associações podem ter acesso a isenções de impostos ou a benefícios específicos por causa da natureza do trabalho que realizam. Mas para isso acontecer, é preciso estar com a documentação 100% em dia.
Um dos certificados mais importantes nesse contexto é o CEBAS, que dá direito à isenção de contribuições sociais.
O CEBAS é voltado principalmente para associações que atuam em áreas como saúde, educação ou assistência social.
Para conseguir esse certificado, é necessário comprovar que a entidade realiza atividades gratuitas ou de baixo custo, e que atende a critérios bem específicos definidos pelo governo.
Não é um processo simples, mas com a documentação certa, é possível conquistar esse benefício.
Outro título importante é o de Utilidade Pública, que pode ser concedido em níveis municipal, estadual ou federal.
Esse reconhecimento mostra que a associação tem relevância social e está atuando de forma responsável.
Embora o título não dê benefícios fiscais diretos, ele é valorizado em editais e pode facilitar a captação de recursos.
Existem também cadastros específicos, como o CNES (Cadastro Nacional de Entidades Sociais), exigido em determinados convênios ou áreas de atuação.
Esses cadastros exigem documentos atualizados, relatórios de atividades e certidões em dia.
Ou seja, quanto mais organizada estiver a associação, mais fácil será obter esses registros.
O que muitas pessoas não sabem é que esses benefícios e títulos não são automáticos. A associação precisa solicitar, apresentar os documentos corretos e renovar dentro dos prazos.
Se a documentação estiver desorganizada, o processo pode ser travado ou até negado.
Por isso, se sua associação pretende crescer, buscar novos recursos e atuar com mais força, manter a documentação em dia não é opcional. É um passo estratégico para alcançar novos patamares.
Como manter tudo sob controle: organização é a chave
Foto: Freepik
Com tantos documentos para cuidar, a organização se torna um fator decisivo.
Uma boa prática é criar uma checklist com todos os documentos que a associação precisa ter, divididos por categorias: legais, contábeis, trabalhistas e certificações.
Com isso, fica mais fácil visualizar o que está em dia e o que precisa de atenção.
Outra dica é montar uma pasta digital segura, usando ferramentas como Google Drive ou OneDrive. Escaneie todos os documentos e organize por ano e por tipo.
Mas não dispense a versão física, principalmente de documentos registrados em cartório. Ter um arquivo físico organizado ainda é importante em muitas situações.
Manter um calendário de vencimentos também ajuda muito. Coloque lembretes para renovar certidões, apresentar declarações obrigatórias e revisar atas.
Isso evita correrias de última hora e reduz o risco de esquecer compromissos importantes.
Contar com o apoio de um profissional de contabilidade especializado em associações pode facilitar bastante esse processo.
Além de cuidar da parte técnica, esse profissional pode orientar sobre prazos, documentos exigidos em cada situação e até ajudar com pedidos de certificação.
Por fim, envolva outras pessoas da diretoria na organização. Ter mais de uma pessoa ciente de onde estão os documentos e de como funciona o controle interno evita depender de uma única figura.
Isso fortalece a governança e dá mais tranquilidade para a gestão.
Manter a casa em ordem é o caminho para crescer com segurança
Cuidar da documentação da associação pode até parecer algo burocrático à primeira vista, mas é uma das tarefas mais importantes da gestão.
Ela garante que a entidade tenha reconhecimento legal, acesso a benefícios e segurança para continuar atuando. E o melhor: com uma rotina de organização, tudo isso pode ser feito de forma leve e sem estresse.
Se a sua associação ainda não tem um controle documental bem estruturado, esse é o momento ideal para começar. Não precisa fazer tudo de uma vez.
Comece pelo básico, crie uma rotina de atualização e, aos poucos, vá aperfeiçoando. O importante é dar o primeiro passo.
E se você precisar de ajuda, saiba que não está sozinho. Profissionais especializados podem te orientar nesse processo e garantir que tudo fique em conformidade com as exigências legais.
No fim das contas, manter os documentos em dia é mais do que uma obrigação. É uma forma de mostrar responsabilidade, respeito com os envolvidos e compromisso com o propósito da associação.
Soluções de um contador em Campo Grande para você
Se você chegou até aqui, é porque entende o quanto é importante manter sua associação funcionando de forma segura, legal e organizada.
E a verdade é que, mesmo com todas as informações ao seu alcance, contar com apoio especializado faz toda a diferença no dia a dia da gestão.
Ter um contador que compreenda as necessidades específicas do terceiro setor pode te ajudar a evitar erros e aproveitar melhor os benefícios que a legislação permite.
Um contador em Campo Grande com experiência no trabalho com associações pode te orientar na entrega das obrigações acessórias, no controle financeiro e até nos processos para obter isenções ou certificados importantes como o CEBAS.
A presença de um contador que entenda a dinâmica local, os prazos, os órgãos responsáveis e as exigências da prefeitura facilita muito a rotina da associação e abre caminho para novas oportunidades.
É nesse ponto que a Contili Contabilidade entra como uma parceira estratégica. Nosso trabalho vai além dos números.
A gente atua lado a lado com as associações para manter tudo em ordem e garantir que você tenha mais tempo para focar no que realmente importa: o impacto social que a sua entidade promove.
Se você quer uma contabilidade que entende a realidade da sua associação e atua com proximidade, compromisso e visão estratégica, entre em contato com a gente.
Vamos caminhar juntos para fortalecer sua gestão e ajudar sua associação a crescer com mais segurança e confiança.