Tipos de empresas: qual se ajusta ao seu negócio?
Abrir uma empresa no Brasil é um passo importante e cheio de decisões que podem impactar diretamente o futuro do negócio.
Uma das escolhas mais cruciais, principalmente no início, é definir o tipo de empresa que melhor se encaixa com seus objetivos.
Essa decisão influencia diretamente a maneira como a empresa será tratada do ponto de vista legal e fiscal, o que pode trazer benefícios ou dificuldades a depender da escolha.
Neste artigo, vamos abordar os principais tipos de empresas no Brasil e como escolher o formato que mais se adequa à sua realidade.
Aqui você encontrará informações claras e práticas para ajudá-lo a entender como cada tipo de empresa funciona e quais critérios considerar na hora de tomar essa decisão.
Importância de escolher o tipo de empresa certo
Quando um empreendedor decide abrir um negócio, ele precisa considerar vários fatores.
Entre esses, a escolha do tipo de empresa é fundamental, pois vai definir não apenas como o negócio será visto pelos clientes e fornecedores, mas também como será tratado pela legislação.
Cada tipo de empresa tem regras específicas que determinam o pagamento de impostos, a divisão de lucros, a responsabilidade dos sócios e até mesmo o processo de abertura e fechamento do negócio.
Tomar essa decisão sem analisar as opções pode levar a problemas futuros. Imagine, por exemplo, uma empresa que começa pequena, mas com grandes ambições de crescimento.
Se o tipo de empresa escolhido não permitir essa expansão, o processo de mudar a estrutura pode ser complicado e custoso.
Por isso, é essencial que você avalie com cuidado suas metas de curto, médio e longo prazo.
Além disso, é importante lembrar que diferentes tipos de empresas oferecem diferentes vantagens fiscais.
Alguns modelos são mais simples, com menos burocracia, enquanto outros exigem um controle maior das finanças.
O ideal é sempre buscar a ajuda de um contador para entender como cada modelo impacta no pagamento de impostos e no crescimento do negócio.
Outro aspecto relevante na escolha do tipo de empresa é a questão da responsabilidade.
Isso se refere à extensão em que os bens pessoais dos sócios ou do empreendedor podem ser usados para cobrir dívidas da empresa.
Em alguns casos, a responsabilidade é limitada, o que significa que os bens pessoais ficam protegidos.
Em outros casos, essa proteção não existe, e os empreendedores devem estar cientes desse risco.
Quais são os tipos de empresas no Brasil?
Foto: Freepik
No Brasil, existem vários tipos de empresas que atendem diferentes perfis de negócios e empreendedores.
Cada tipo de empresa tem suas próprias características legais e fiscais, e é fundamental que você entenda como cada uma delas funciona para escolher a melhor para o seu empreendimento.
Vamos explorar os principais tipos de empresas:
Microempreendedor Individual (MEI)
O Microempreendedor Individual (MEI) foi criado para facilitar a formalização de profissionais autônomos e pequenos empreendedores.
Com o MEI, você pode legalizar seu negócio, emitir notas fiscais e contribuir para a previdência social, garantindo direitos como aposentadoria, auxílio-doença e outros benefícios.
Uma das principais vantagens do MEI é a simplicidade no processo de abertura e a baixa carga tributária.
Você paga uma taxa fixa mensal que varia de acordo com o setor de atuação e pode faturar até R$ 81.000 por ano (2023). Além disso, pode contratar até um funcionário.
É uma excelente opção para quem está começando e deseja formalizar sua atividade de maneira rápida e prática.
Porém, o MEI tem algumas limitações. Além do teto de faturamento, você não pode ser sócio de outra empresa e algumas atividades não são permitidas nesse regime.
Caso o seu negócio cresça além do permitido ou você deseje explorar outras áreas, será necessário migrar para um outro tipo de empresa.
Sociedade Limitada Unipessoal (SLU)
A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) é uma alternativa recente à antiga EIRELI, permitindo que uma única pessoa abra uma empresa sem a necessidade de sócios, e com a vantagem de ter responsabilidade limitada.
Na SLU, o patrimônio pessoal do empreendedor fica separado do patrimônio da empresa, garantindo que, em caso de dívidas, os bens pessoais do proprietário não sejam usados para quitá-las.
Ao contrário da EIRELI, que exigia um capital social mínimo de 100 salários mínimos, a SLU não impõe esse requisito, o que torna o processo de abertura mais acessível para quem deseja formalizar seu negócio sozinho, sem sócios, mas com a proteção de seu patrimônio pessoal.
A SLU permite a escolha entre diferentes regimes tributários, como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
Esse modelo de empresa é ideal para empreendedores individuais que buscam simplicidade e proteção legal, sem a necessidade de um grande capital inicial.
Sociedade Limitada (LTDA)
A Sociedade Limitada (LTDA) é uma das estruturas empresariais mais comuns no Brasil, especialmente para negócios que possuem mais de um sócio.
A grande vantagem desse modelo é a limitação da responsabilidade dos sócios, ou seja, eles só respondem pelas obrigações da empresa até o valor das quotas que possuem, protegendo assim seus bens pessoais.
Para abrir uma LTDA, é necessário um contrato social, que é o documento que estabelece as regras da sociedade.
Esse modelo é extremamente flexível e pode ser utilizado para empresas de todos os portes e setores.
A LTDA permite optar por diferentes regimes tributários, como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, o que facilita a gestão tributária conforme o crescimento e a complexidade do negócio.
É um modelo bastante seguro para empresas que estão começando, pois oferece proteção aos sócios em caso de dívidas e é fácil de adaptar conforme a empresa cresce.
Sociedade Anônima (S/A)
A Sociedade Anônima (S/A) é o tipo de empresa utilizado por grandes negócios e empresas que pretendem captar recursos no mercado financeiro.
Nesse modelo, o capital social é dividido em ações, que podem ser compradas e vendidas pelos investidores.
As S/A podem ser de capital aberto (com ações negociadas na bolsa de valores) ou de capital fechado (ações pertencem a um grupo limitado de acionistas).
Uma das principais características da S/A é a possibilidade de dividir o controle do negócio entre vários acionistas, o que facilita a captação de recursos e o crescimento da empresa.
No entanto, a gestão de uma S/A é mais complexa, exigindo maior transparência e um controle rigoroso das finanças e das operações.
Embora seja uma excelente opção para empresas de grande porte ou com planos de expansão rápida, a S/A envolve um processo burocrático mais complexo e maiores exigências legais.
Por isso, costuma ser adotada por negócios que já possuem uma estrutura consolidada ou que desejam atrair investidores.
Sociedade Simples
A Sociedade Simples é utilizada principalmente por profissionais que exercem atividades intelectuais, como médicos, advogados e consultores.
Esse tipo de empresa permite que dois ou mais profissionais se unam para prestar serviços, sem a necessidade de um capital social mínimo ou grandes formalidades.
Uma característica importante da Sociedade Simples é que ela não pode exercer atividades comerciais.
É um modelo muito utilizado por profissionais liberais que desejam se associar para oferecer serviços em conjunto, como em escritórios de advocacia, clínicas médicas ou de engenharia.
O regime tributário da Sociedade Simples pode ser o Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo do faturamento e da estrutura do negócio.
Ela oferece simplicidade na gestão e é uma opção viável para quem não precisa de uma estrutura complexa.
Empresário Individual
O Empresário Individual é uma pessoa física que atua diretamente como titular da empresa.
Nesse modelo, o empresário não tem a proteção do seu patrimônio pessoal, ou seja, em caso de dívidas, os bens pessoais podem ser usados para cobrir as obrigações da empresa.
Este modelo é adequado para quem deseja atuar de forma autônoma e não precisa de sócios, nem de uma separação formal entre o patrimônio pessoal e o da empresa.
Embora ofereça menos proteção ao empresário, é uma opção simples e viável para pequenos negócios.
O Empresário Individual pode optar pelos regimes tributários do Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, conforme o porte do negócio.
No entanto, é importante ter cautela com a ausência de limitação de responsabilidade, que pode trazer riscos ao patrimônio pessoal.
Critérios para escolher o tipo de empresa
Foto: drobotdean/Freepik
Agora que você já conhece os principais tipos de empresas, o próximo passo é entender os critérios que devem ser considerados na hora de escolher o tipo de empresa ideal para o seu negócio.
Esta é uma decisão que pode parecer complexa à primeira vista, mas, ao analisar alguns pontos específicos, você estará mais preparado para fazer a melhor escolha.
Tamanho do negócio
O tamanho do seu negócio é um dos fatores mais importantes na escolha do tipo de empresa.
Se você está começando com algo pequeno, como um salão de beleza, um food truck ou uma loja de roupas, talvez o MEI seja uma ótima opção.
Ele é perfeito para quem ainda está no início e não prevê um faturamento muito alto nos primeiros anos.
Porém, se você já começa com uma equipe maior ou prevê um faturamento que excede o limite do MEI ou LTDA pode ser mais adequada.
Empresas maiores, com grandes projetos de crescimento ou que desejam atrair investidores, geralmente optam pela S/A.
Esse tipo de estrutura é ideal para negócios que pretendem abrir capital e buscar aportes no mercado financeiro.
Portanto, é fundamental pensar no tamanho atual e no potencial de crescimento futuro do seu negócio.
Natureza da atividade
Outro critério importante é o tipo de atividade que sua empresa vai realizar.
Profissionais liberais que prestam serviços, como advogados e médicos, muitas vezes optam pela Sociedade Simples, que é simples de administrar e atende bem a esse perfil.
Já empresas que operam no comércio, indústria ou prestação de serviços mais complexos, podem preferir uma LTDA ou EIRELI.
Além disso, vale lembrar que o MEI possui uma lista limitada de atividades que podem ser registradas nesse regime.
Profissões mais regulamentadas, como médicos e engenheiros, por exemplo, não podem se formalizar como MEI.
Portanto, antes de escolher, verifique se a atividade do seu negócio é permitida no modelo que você tem em mente.
Número de sócios
Se você planeja abrir uma empresa sozinho, o MEI, SLU ou o Empresário Individual são as opções mais indicadas. Essas formas de empresa permitem que uma única pessoa seja a responsável pelo negócio.
Já se você pretende ter sócios, a Sociedade Limitada (LTDA) é o modelo mais comum e recomendável.
Ela permite a inclusão de vários sócios, com a divisão de quotas, garantindo que cada um deles responda pela empresa de forma proporcional à sua participação.
No caso de empresas maiores, ou que desejam atrair investidores, a Sociedade Anônima (S/A) também pode ser uma opção interessante, especialmente pela possibilidade de emissão de ações.
Projeção de crescimento
Se você tem planos de expandir rapidamente, aumentar o faturamento e contratar mais funcionários, pode ser necessário optar por uma estrutura que suporte esse crescimento.
O MEI, por exemplo, é uma boa opção para quem está começando, mas tem um limite de faturamento que pode ser superado conforme o negócio cresce.
Para empresas que visam um crescimento mais expressivo e que precisam de flexibilidade para atrair investidores ou sócios, a LTDA ou a S/A são melhores escolhas, pois permitem maior flexibilidade em termos de participação e divisão de lucros.
Tributação
Outro ponto fundamental na escolha do tipo de empresa é o impacto tributário.
Cada tipo de empresa oferece diferentes opções de regimes tributários. O MEI, por exemplo, tem uma carga tributária fixa e bastante acessível.
Já empresas como a EIRELI, LTDA e S/A podem optar pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo do faturamento e da atividade.
É importante conversar com um contador para entender qual regime é mais vantajoso para o seu negócio.
Impacto fiscal na escolha do tipo de empresa
Foto: Mikhail Nilov/Pexels
A tributação é um dos aspectos mais relevantes na hora de escolher o tipo de empresa.
Cada modelo de empresa possui regras fiscais específicas, e entender como isso afeta o seu negócio pode trazer uma economia significativa no longo prazo.
Vamos detalhar um pouco sobre como o impacto fiscal varia de acordo com o tipo de empresa.
Simples Nacional
O Simples Nacional é um regime tributário simplificado criado para beneficiar micro e pequenas empresas.
Ele unifica diversos impostos em uma única guia de pagamento e oferece alíquotas mais baixas em comparação com outros regimes.
Esse regime é uma opção para empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano, e é uma escolha comum para MEI, EIRELI e LTDA.
O Simples Nacional oferece praticidade e menos burocracia, sendo especialmente vantajoso para quem está começando.
Entretanto, ele não é adequado para todos os setores, e as alíquotas variam conforme o tipo de atividade.
Por isso, é essencial fazer um planejamento tributário com o auxílio de um contador.
Lucro Presumido
O Lucro Presumido é um regime tributário indicado para empresas que têm uma margem de lucro previsível e não desejam lidar com a complexidade do Lucro Real.
Neste regime, o governo presume uma margem de lucro com base no faturamento da empresa, e a empresa paga impostos sobre esse valor estimado, independentemente do lucro real obtido.
Esse regime é comum em EIRELI, LTDA e S/A, especialmente para empresas de médio porte, como prestadoras de serviços e comércios que não têm uma margem de lucro muito elevada.
O Lucro Presumido pode ser mais vantajoso que o Simples Nacional para empresas que ultrapassam o limite de faturamento do Simples, mas que ainda possuem uma operação relativamente simples.
Lucro Real
O Lucro Real é obrigatório para grandes empresas ou aquelas que possuem atividades específicas, como instituições financeiras.
Nesse regime, os impostos são calculados com base no lucro líquido efetivamente obtido pela empresa, o que pode ser vantajoso para negócios que possuem margens de lucro baixas ou prejuízos.
No entanto, ele exige um controle rigoroso da contabilidade e maior burocracia.
Empresas que optam pelo Lucro Real precisam ter um acompanhamento mais próximo de sua gestão financeira, pois qualquer erro pode resultar em problemas fiscais.
Apesar da maior complexidade, esse regime pode ser mais econômico para empresas que operam com margens apertadas ou que têm grandes variações no faturamento.
MEI e a tributação simples
Para o MEI, a tributação é extremamente simples. O microempreendedor paga um valor fixo mensal, que já inclui os principais impostos (INSS, ISS e ICMS, dependendo da atividade).
Isso torna o planejamento financeiro mais fácil e reduz a burocracia. O MEI não precisa se preocupar com declarações complicadas ou guias fiscais complexas.
Entretanto, como já mencionado, o MEI tem um limite de faturamento e de atuação.
Se o negócio crescer e ultrapassar esse limite, será necessário migrar para outra modalidade, e o impacto tributário deve ser levado em consideração.
Soluções de um contador em Campo Grande para o seu negócio
Agora que você entende a importância de escolher o tipo de empresa certo para o seu negócio, fica claro que essa decisão pode ter um impacto significativo no sucesso da sua jornada empresarial.
A escolha do tipo de empresa, além de influenciar aspectos tributários, também define como será sua relação com sócios, funcionários e clientes.
Se você está em Campo Grande e precisa de orientação para tomar essa decisão com segurança e clareza, contar com um contador em Campo Grande especializado pode fazer toda a diferença.
Nosso objetivo é ajudar você a formalizar seu negócio da forma correta, garantindo que todas as etapas sejam seguidas sem complicações e que sua empresa esteja de acordo com as exigências legais e fiscais.
Seja para escolher o regime tributário ideal ou para organizar as finanças da sua empresa, um contador com experiência no mercado local pode te oferecer o suporte necessário.
Não importa se você está começando agora ou se já tem uma empresa em operação, o papel de um contador em Campo Grande vai além de resolver questões burocráticas.
Um bom contador é um parceiro estratégico, que ajuda a otimizar seus resultados e a manter sua empresa em conformidade com as leis, reduzindo riscos e aumentando as chances de sucesso.
Se você está pronto para dar o próximo passo e quer contar com o apoio de uma equipe de confiança, entre em contato com a Contili Contabilidade.
Estamos à disposição para ajudar você a estruturar seu negócio de forma sólida e eficiente!