Qual o CNAE correto para representante comercial?

Se você está pensando em atuar como representante comercial ou abrir uma empresa nessa área, provavelmente já esbarrou em um termo que pode parecer complicado: CNAE.
Essa sigla pequena representa um item muito importante na formalização do seu negócio.
Escolher o código correto não é só uma exigência burocrática, mas também influencia nos impostos que você vai pagar e na regularidade da sua empresa diante da lei.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e prática o que é CNAE, qual é o mais indicado e tudo o que você precisa saber para começar com o pé direito.
Então, se você é novo nesse assunto ou quer apenas ter certeza de que está seguindo o caminho certo, continue lendo.
O que é CNAE e por que ele é importante?
A sigla CNAE significa Classificação Nacional de Atividades Econômicas. É um sistema criado para organizar e padronizar todas as atividades econômicas que uma empresa ou profissional pode exercer no Brasil.
Cada tipo de serviço ou atividade tem um número específico, como se fosse um “RG” da função.
Para o representante comercial, o CNAE funciona como um identificador. Ele mostra para os órgãos públicos qual tipo de atividade você realiza.
Isso é importante porque é com base nesse código que o governo define quais impostos a empresa vai pagar, quais regras deve seguir e se pode ou não aderir a regimes tributários mais simples, como o Simples Nacional.
Escolher o CNAE errado pode gerar muitos problemas. Você pode pagar mais impostos do que deveria, ou pior, pode ser impedido de operar legalmente.
Além disso, algumas atividades exigem registros específicos, e o CNAE é o primeiro passo para garantir que tudo esteja em ordem com seu negócio.
Mesmo sendo um detalhe técnico, o CNAE está diretamente ligado ao seu bolso e à segurança da sua empresa. Por isso, entender qual código usar e como ele impacta a sua atividade é essencial.
Qual o CNAE ideal para representante comercial?
O CNAE mais comum e adequado para quem trabalha como representante comercial é o 46.19-2/00.
Esse código é usado para classificar representantes comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral, ou seja, quem atua como intermediário na venda de produtos, sem fazer a produção ou a entrega direta.
Esse CNAE é amplo e cobre várias situações. Ele serve para quem trabalha com produtos diversos, como alimentos, bebidas, roupas, calçados, cosméticos, materiais de construção, entre outros.
A chave aqui é que o representante não é o fabricante e também não é o vendedor final. Ele faz a ponte entre quem vende e quem compra, geralmente recebendo comissões pelas vendas realizadas.
Existem outros CNAEs que também se aplicam a representação comercial, mas são mais específicos.
Por exemplo, se o profissional atua exclusivamente com medicamentos, materiais hospitalares ou equipamentos eletrônicos, pode haver códigos mais direcionados. Ainda assim, o 46.19-2/00 é o mais versátil e costuma atender à maioria dos casos.
Vale lembrar que o CNAE define a atividade principal da empresa. Se o representante realizar outras atividades além da comercial, é possível adicionar CNAEs secundários.
No entanto, o ideal é que o CNAE principal reflita a função predominante da empresa ou do profissional.
Escolher corretamente esse código facilita a vida em várias frentes. Desde o cálculo de impostos até o enquadramento correto na hora de abrir ou regularizar o CNPJ.
Por isso, essa etapa precisa ser feita com atenção e, se possível, com o apoio de um contador.
Atividades permitidas com esse CNAE

Fotos: Freepik
Ao usar o código 46.19-2/00, o profissional pode realizar uma série de atividades ligadas à intermediação de vendas.
Isso inclui fazer visitas a clientes, apresentar catálogos, negociar preços, condições de pagamento e fechar contratos em nome das empresas que representa. Em resumo, é o trabalho de fazer a conexão entre fornecedores e compradores.
É importante entender que esse CNAE não permite a comercialização direta de produtos. O representante comercial não compra os produtos para revender.
Ele apenas promove a venda em nome de terceiros. Quem faz a entrega e emite a nota fiscal da mercadoria é a empresa contratante, e não o representante.
Além disso, esse CNAE permite a atuação em diversas áreas, desde que não exerça atividades exclusivas de outra categoria profissional.
Por exemplo, se além de representar comercialmente você quiser também importar produtos para revender, já estamos falando de outra atividade, e isso exigiria um CNAE adicional e outros registros específicos.
Outro ponto importante é que o CNAE exige que a empresa ou o profissional tenha um contrato com as empresas que representa.
Essa relação precisa ser formalizada, porque o vínculo entre representante e representada tem regras próprias previstas na lei. Isso ajuda a proteger os dois lados e garante segurança jurídica nas negociações.
Portanto, se você atua apenas promovendo vendas em nome de outras empresas, sem armazenar ou entregar produtos, esse CNAE atende perfeitamente suas necessidades.
Mas se for além disso, é preciso analisar se outros códigos devem ser adicionados.
Regime tributário e o CNAE
O CNAE escolhido influencia diretamente no regime tributário que a empresa poderá utilizar. No caso do representante comercial, é comum que surjam dúvidas sobre o Simples Nacional.
A boa notícia é que sim, esse CNAE pode ser enquadrado no Simples Nacional, mas com algumas observações importantes.
No Simples Nacional, as atividades são divididas por anexos, que determinam quais tributos são pagos e qual a alíquota inicial.
Para representantes comerciais, o CNAE 46.19-2/00 geralmente se enquadra no Anexo III ou Anexo V, dependendo da relação entre a receita da empresa e a sua folha de pagamento (o chamado Fator R).
Se a empresa tiver uma folha de pagamento significativa em relação ao faturamento, ela pode ser enquadrada no Anexo III, que tem alíquotas mais baixas.
Caso contrário, pode acabar no Anexo V, que é mais oneroso. Por isso, ter um bom planejamento tributário desde o início é essencial para economizar.
Outro ponto importante é que, mesmo dentro do Simples Nacional, o profissional paga os impostos sobre o faturamento, e não sobre a comissão recebida.
Isso significa que é preciso ter uma boa organização financeira e emitir notas corretamente para evitar problemas com o fisco.
Além do Simples, também é possível optar por outros regimes, como o Lucro Presumido ou o Lucro Real, dependendo do tamanho da empresa.
Esses modelos são mais comuns em empresas maiores ou com operações mais complexas, mas tudo depende do perfil do negócio.
Por isso, ao escolher o CNAE, também é importante avaliar qual regime tributário será mais vantajoso.
Um contador pode ajudar a simular os cenários e orientar sobre a melhor escolha para o seu caso.
Pode ser MEI?
Essa é uma dúvida muito comum entre quem está começando na área de representação comercial. A resposta direta e clara é: não, não dá para ser mei.
Isso acontece porque essa atividade está fora da lista de ocupações permitidas para o MEI (Microempreendedor Individual).
Essa lista é definida pelo governo e só inclui atividades que têm menos riscos ou exigências específicas.
Como o representante comercial trabalha com intermediação de negócios e normalmente lida com valores altos, essa atividade foi excluída do MEI por questões legais e tributárias.
Apesar de não poder ser MEI, o representante comercial pode se formalizar de outras formas bem simples.
Uma das mais comuns é abrir um Empresário Individual (EI) ou uma Sociedade Limitada Unipessoal (SLU), que permitem atuação legal, com CNPJ, emissão de nota fiscal e todos os benefícios de uma empresa formalizada.
Esses modelos também permitem o enquadramento no Simples Nacional, o que torna a tributação mais leve do que em regimes tradicionais.
Além disso, essas estruturas oferecem mais possibilidades de crescimento e profissionalização, como contratação de funcionários, obtenção de crédito, entre outras vantagens.
Portanto, mesmo que não seja possível atuar como MEI, há caminhos viáveis e acessíveis para se regularizar e crescer de forma segura no mercado. O importante é começar certo desde o início.
Como abrir um CNPJ?

Fotos: Freepik
Se você decidiu se formalizar, o primeiro passo é abrir um CNPJ com o CNAE adequado.
Esse processo é mais simples do que parece e pode ser feito com o apoio de um contador para garantir que tudo saia corretamente.
O primeiro passo é definir a natureza jurídica da empresa. Como falamos, não dá para ser MEI, então as opções mais comuns são Empresário Individual, Sociedade Limitada Unipessoal ou até uma LTDA se houver sócios.
Depois disso, é hora de escolher o CNAE principal, que no caso será o 46.19-2/00.
Com essas definições, o próximo passo é elaborar o contrato social, registrar a empresa na Junta Comercial do seu estado, fazer a inscrição no CNPJ junto à Receita Federal e, se necessário, se cadastrar na prefeitura para emissão de notas fiscais.
Também pode ser preciso obter um registro no CORE (Conselho Regional dos Representantes Comerciais), que regula a atividade em muitos estados.
Esse registro é importante para quem quer atuar de forma legalizada e com respaldo jurídico.
O processo completo pode levar alguns dias, mas é um investimento que garante tranquilidade no futuro. Estar regularizado abre portas, melhora sua credibilidade com fornecedores e clientes, e permite crescer com segurança.
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Se você chegou até aqui, é porque está realmente interessado em fazer tudo certo desde o início na sua atuação como representante comercial.
Isso é ótimo, porque quanto mais clareza e organização você tiver agora, menos dores de cabeça terá lá na frente.
E se você está em Campo Grande e está buscando um contador que fale a sua língua e te ajude a tomar decisões com segurança, saiba que contar com um contador que conheça a realidade local pode fazer toda a diferença.
Um bom contador em Campo Grande não apenas cuida das obrigações fiscais da sua empresa, mas também atua como um parceiro estratégico, ajudando você a economizar no pagamento de impostos e evitar riscos legais.
É comum que quem está começando tenha dúvidas sobre o CNAE, sobre qual o melhor regime tributário ou até sobre o processo de abertura da empresa.
Por isso, ter um contador em Campo Grande de confiança ao seu lado traz mais tranquilidade para focar no que realmente importa: vender e fazer seu negócio acontecer.
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