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Psicólogos não podem ser MEI: Veja outras opções
Para muitos psicólogos, a ideia de se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI) é atraente devido às facilidades e benefícios oferecidos.
No entanto, é crucial entender as regras e restrições específicas para essa profissão.
Este artigo explora alternativas de formalização, destacando os regimes tributários aplicáveis e os passos necessários para abrir um CNPJ, fornecendo informações claras e acessíveis para profissionais da área.
O que é MEI?
A sigla MEI significa Microempreendedor Individual, um regime simplificado de tributação criado para formalizar pequenos negócios e trabalhadores autônomos no Brasil.
Para se enquadrar como MEI, o profissional deve atender a alguns requisitos específicos:
– Faturamento anual: O limite é de R$ 81 mil por ano.
– Participação em empresas: O MEI não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
– Empregados: O MEI pode contratar no máximo um funcionário, que deve receber um salário mínimo ou o piso da categoria.
Psicólogo pode ser MEI?
Infelizmente, psicólogos não podem se formalizar como MEI.
A razão principal é que essa é uma profissão regulamentada, exigindo formação superior específica e registro no Conselho Regional de Psicologia (CRP).
A legislação brasileira restringe o cadastro de profissionais regulamentados no MEI para garantir que a prática dessas profissões siga padrões éticos e técnicos rigorosos, supervisionados por seus respectivos conselhos de classe.
A impossibilidade de se registrar como MEI não impede que psicólogos busquem outras formas de formalização.
Há alternativas viáveis que permitem aos profissionais atuarem de maneira formal, emitirem notas fiscais e usufruírem dos benefícios tributários oferecidos às pessoas jurídicas.
Essas opções incluem a abertura de uma empresa individual ou uma sociedade limitada unipessoal, cada uma com suas próprias características e vantagens.
Alternativas para formalização
Foto: Alex Green/Pexels
Embora o MEI não seja uma opção, existem outras formas para se formalizarem e desfrutarem dos benefícios de possuir um CNPJ.
As principais alternativas são:
Empresário Individual (EI):
Neste modelo, o profissional pode se registrar como Empresário Individual. O profissional assume a responsabilidade pelas dívidas do negócio com seu patrimônio pessoal.
É uma opção adequada para quem deseja atuar sem sócios e pode contratar funcionários. A receita anual deve estar entre R$ 81 mil e R$ 360 mil.
No entanto, não há separação entre os bens pessoais e os bens da empresa, o que pode representar um risco financeiro em caso de problemas.
Sociedade Limitada Unipessoal (SLU):
A SLU permite que o profissional abra uma empresa sem a necessidade de sócios, mantendo a separação entre os bens pessoais e os bens da empresa.
Essa modalidade oferece maior segurança patrimonial e não exige um capital social mínimo para a sua constituição.
É uma boa opção para quem deseja ter uma proteção maior em relação ao seu patrimônio pessoal.
Sociedade Empresária Limitada (LTDA):
Para profissionais que desejam se associar a outros profissionais, a Sociedade Empresária Limitada é uma boa opção.
Neste modelo, cada sócio tem sua responsabilidade limitada ao valor das quotas que detém na empresa, protegendo seus bens pessoais.
É uma estrutura comum para clínicas e consultórios que envolvem múltiplos profissionais.
Regimes tributários
Foto: Pixabay/Pexels
A escolha do regime tributário é crucial para a gestão financeira da empresa. As principais opções são:
Simples Nacional:
Este regime é ideal para pequenas empresas e reúne diversos tributos em uma única guia de pagamento. A alíquota inicial é de 6%, podendo variar conforme o faturamento da empresa.
O Simples Nacional facilita a apuração dos impostos e reduz a carga tributária, sendo uma opção vantajosa em início de carreira.
Lucro Presumido:
O Lucro Presumido é indicado para empresas de médio porte. Os impostos são calculados com base em uma margem de lucro pré-fixada, e a alíquota varia entre 13,33% e 16,33% sobre o faturamento mensal.
Este regime é vantajoso para psicólogos com receita mais alta, pois simplifica a contabilidade e pode resultar em uma carga tributária menor, dependendo do faturamento e dos custos operacionais.
Lucro Real:
Este regime é obrigatório para empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões. Os impostos são apurados com base no lucro real da empresa, considerando todas as receitas e despesas.
Embora seja mais complexo, o Lucro Real pode ser vantajoso para empresas que têm despesas elevadas, pois permite deduzir os custos operacionais antes de calcular os impostos.
No entanto, é menos comum entre psicólogos devido ao alto nível de detalhamento exigido na contabilidade.
Psicólogo pode atuar como pessoa física?
Sim, psicólogos podem atuar como pessoas físicas, oferecendo seus serviços de forma autônoma.
Neste caso, os tributos são pagos com base na tabela progressiva do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), que varia de 7,5% a 27,5% sobre o rendimento, além da contribuição para o INSS.
Embora essa seja uma opção válida, atuar como pessoa física pode resultar em uma carga tributária mais alta, especialmente para profissionais com rendimentos elevados.
Atuar como pessoa física oferece menos flexibilidade em termos de dedução de despesas e benefícios tributários.
Por essa razão, muitos optam por se formalizar como pessoa jurídica, o que permite melhor planejamento tributário e acesso a benefícios como emissão de notas fiscais, linhas de crédito empresarial e vantagens previdenciárias específicas para pessoas jurídicas.
Como abrir um CNPJ como psicólogo?
Foto: Freepik
Se você é psicólogo e deseja formalizar sua atividade profissional, abrir um CNPJ é um passo importante. Aqui está um guia passo a passo para ajudá-lo nesse processo:
1. Escolha a natureza jurídica:
Primeiro, você precisa definir a natureza jurídica da sua empresa. Para psicólogos, as opções mais comuns são:
– Empresário Individual (EI): Ideal para quem deseja atuar sem sócios.
– Sociedade Limitada Unipessoal (SLU): Também para quem quer atuar sozinho, mas com a proteção de responsabilidade limitada.
– Sociedade Limitada (LTDA): Para quem pretende ter sócios.
2. Defina o regime tributário:
Escolha o regime tributário que melhor se encaixa nas suas expectativas de faturamento e estrutura:
– Simples Nacional: Ideal para empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, unificando vários impostos em uma única guia de pagamento.
– Lucro Presumido: Para empresas que faturam até R$ 78 milhões por ano, com uma base de cálculo pré-definida.
– Lucro Real: Para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões ou que optem por esse regime para obter mais precisão no cálculo dos tributos.
3. Escolha o CNAE correto:
Você precisará definir a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) adequada para sua atividade.
Para psicólogos, o CNAE recomendado é 8650-0/03, que abrange atividades de psicanálise e psicologia.
4. Reúna a documentação necessária:
Prepare os seguintes documentos:
– Cópia autenticada do RG e CPF.
– Comprovante de residência.
– IPTU do imóvel onde funcionará o consultório.
– Contrato de locação ou compra e venda do imóvel, se aplicável.
– Registro no Conselho Regional de Psicologia.
5. Registro na Junta Comercial:
Leve todos os documentos à Junta Comercial do seu estado para formalizar o registro da empresa.
Você também precisará elaborar um contrato social se estiver abrindo uma sociedade.
6. Obtenha o CNPJ na Receita Federal:
Após o registro na Junta Comercial, solicite o CNPJ no site da Receita Federal. Preencha o formulário e envie os documentos necessários.
7. Inscrição Municipal e Alvará de Funcionamento:
Registre sua empresa na prefeitura para obter a inscrição municipal e o alvará de funcionamento. Em alguns casos, será necessário obter licenças específicas da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros.
8. Emissão de notas fiscais:
Cadastre-se na Secretaria da Fazenda para emitir notas fiscais pelos serviços prestados. Isso é crucial para manter a conformidade fiscal e oferecer um serviço profissional aos seus clientes.
9. Manutenção contábil:
Para garantir que todas as obrigações fiscais e tributárias sejam cumpridas corretamente, considere contratar um contador especializado.
Ele ajudará na gestão financeira e no cumprimento das obrigações fiscais, como o pagamento do ISSQN e do INSS.
Formalizar sua atividade traz inúmeros benefícios, como maior credibilidade, acesso a linhas de crédito, e uma separação clara entre suas finanças pessoais e profissionais.
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