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Gestor de tráfego pode ser MEI? Veja as alternativas
Nos últimos anos, o mercado digital tem crescido de maneira impressionante, e com isso, surgem novas profissões que se tornam essenciais para o sucesso de negócios online.
Entre essas profissões, a de gestor de tráfego digital se destaca por ser um dos pilares fundamentais para que empresas e empreendedores alcancem seu público-alvo de maneira eficiente.
No entanto, com o crescimento dessa profissão, também surgem dúvidas sobre a melhor forma de formalizar essa atividade.
Uma das perguntas mais comuns é: “Um gestor de tráfego pode ser MEI em 2024?”
Para responder a essa questão, é essencial entender não só o que faz um gestor de tráfego, mas também como funciona o MEI e quais são as alternativas para quem deseja atuar nessa área de forma legalizada e segura.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes essas questões, ajudando você, empreendedor, a tomar a melhor decisão para o seu negócio.
Entendendo o papel do gestor de tráfego digital
Um gestor de tráfego digital é o profissional responsável por criar, monitorar e otimizar campanhas publicitárias online com o objetivo de atrair visitantes para um site, página de vendas, ou qualquer outro destino digital que possa interessar a um negócio.
Em termos mais simples, ele é quem faz a “ponte” entre o público e os produtos ou serviços de uma empresa, garantindo que os anúncios certos cheguem às pessoas certas, no momento certo.
Esse profissional utiliza diversas plataformas, como Google Ads, Facebook Ads, Instagram Ads, entre outras, para veicular anúncios pagos.
Ele trabalha com a definição de estratégias de segmentação, escolha de palavras-chave, criação de anúncios atraentes e, posteriormente, acompanha os resultados dessas campanhas para fazer os ajustes necessários.
O objetivo é maximizar o retorno sobre o investimento (ROI) das campanhas publicitárias, ou seja, garantir que o dinheiro investido gere o máximo de retorno possível para o cliente.
Além disso, esse profissional também analisa dados e métricas de desempenho, como o número de cliques e custo por aquisição (CPA), para entender o comportamento do público e ajustar as campanhas.
É uma função que requer conhecimentos técnicos e uma boa dose de estratégia, já que envolve a análise constante de resultados e a adaptação.
Dada a importância desse papel no marketing digital, muitos profissionais que atuam como gestores de tráfego têm buscado maneiras de formalizar sua atividade, o que nos leva à questão do enquadramento como MEI.
O que é MEI e suas limitações?
O MEI, ou Microempreendedor Individual, é um regime de formalização simplificado criado pelo governo brasileiro em 2008 para incentivar a legalização de pequenos negócios e trabalhadores autônomos.
Ele permite que empreendedores tenham um CNPJ, o que facilita a emissão de notas fiscais, a abertura de contas bancárias empresariais, e o acesso a benefícios previdenciários.
Para se enquadrar como MEI, no entanto, é necessário cumprir alguns requisitos. O principal deles é o limite de faturamento anual, que em 2024 é de R$ 144.900,00.
Além disso, o MEI só pode contratar um funcionário e deve exercer uma das atividades permitidas pelo regime.
Essas atividades são listadas na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é atualizada periodicamente pela Receita Federal.
O grande atrativo do MEI é a simplificação tributária. O microempreendedor paga uma taxa mensal fixa, que varia conforme a atividade e esse pagamento já inclui tributos como o INSS, o ISS e o ICMS.
Essa taxa é significativamente menor que os impostos pagos por empresas enquadradas em outros regimes tributários, como o Simples Nacional ou o Lucro Presumido.
Contudo, apesar dessas vantagens, o regime MEI possui limitações que devem ser levadas em conta. Além do faturamento restrito, a principal limitação é o leque de atividades permitidas.
Nem todas as profissões podem se registrar como MEI, e é aqui que surge o problema para gestores de tráfego digital.
Por que o gestor de tráfego não pode ser MEI?
Um dos principais desafios enfrentados pelos gestores de tráfego digital que desejam formalizar sua atividade é o enquadramento correto na classificação de atividades econômicas, o chamado CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).
Essa escolha é fundamental para determinar os impostos e obrigações fiscais que a empresa ou profissional autônomo deverá cumprir.
Em 2024, a Receita Federal estabeleceu o CNAE 6319-4/00, que se refere a “Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet”, como o código adequado para a atividade de gestão de tráfego digital.
Esse código abrange atividades que incluem a gestão e medição de tráfego na internet, algo que está diretamente relacionado ao trabalho do gestor de tráfego.
No entanto, essa classificação não é elegível para o regime do MEI.
O motivo para essa exclusão é que o regime MEI foi criado para simplificar a vida de microempreendedores que exercem atividades de menor complexidade, com baixo faturamento e risco reduzido.
O gestor de tráfego, por outro lado, costuma trabalhar com altos volumes financeiros em campanhas publicitárias e pode atender grandes empresas, o que não se encaixa no perfil de um MEI.
Além disso, o CNAE 6319-4/00 está vinculado a atividades que, devido à sua natureza, exigem um nível de especialização maior, algo que foge ao escopo do regime simplificado
Outro ponto importante é a tributação. No regime MEI, a carga tributária é muito mais baixa e simplificada, com um limite de faturamento anual de R$ 144.900,00.
Já para gestores de tráfego que optarem pelo CNAE 6319-4/00, a tributação segue regras mais complexas, como as do Simples Nacional, com alíquotas que variam de 6% a 15,50%.
Alternativas para gestores de tráfego
Foto: Freepik
Dado que o gestor de tráfego não pode ser MEI, é importante conhecer as alternativas disponíveis para formalizar essa atividade.
Felizmente, o Brasil oferece outras opções de enquadramento legal que podem atender às necessidades desse profissional, cada uma com suas vantagens e desvantagens.
Microempresa (ME)
A Microempresa, ou ME, é uma das alternativas mais comuns para quem deseja formalizar um negócio que não se enquadra no MEI.
Esse regime permite um faturamento anual de até R$ 360.000,00 e oferece uma estrutura tributária simplificada através do Simples Nacional, que unifica o pagamento de diversos tributos em uma única guia.
A ME é uma opção interessante para gestores de tráfego que pretendem expandir seus negócios e faturar acima do limite do MEI.
A principal vantagem da ME é a flexibilidade. Diferente do MEI, a ME permite a contratação de mais de um funcionário e oferece a possibilidade de atuar em uma gama mais ampla de atividades econômicas.
Além disso, a carga tributária, embora maior que a do MEI, ainda é relativamente baixa, especialmente quando comparada a regimes como o Lucro Presumido.
No entanto, a ME também tem suas desvantagens. A principal delas é o aumento da complexidade contábil e fiscal.
Diferente do MEI, que pode ser administrado sem a necessidade de um contador, a ME exige um acompanhamento mais próximo por parte de um profissional de contabilidade.
Empresário Individual
Outra alternativa é o Empresário Individual, que permite que o gestor de tráfego atue com CNPJ, mas sem a necessidade de formar uma sociedade.
Nesse caso, o profissional responde com seus bens pessoais por eventuais dívidas do negócio, o que pode representar um risco maior.
O Empresário Individual tem um regime de tributação semelhante ao da ME e pode se beneficiar do Simples Nacional, mas a principal diferença é que ele não precisa dividir a propriedade da empresa com outros sócios.
Essa opção é ideal para quem deseja manter total controle sobre o negócio, sem a interferência de outros proprietários.
No entanto, é importante estar ciente dos riscos envolvidos, principalmente no que se refere à responsabilidade patrimonial.
Sociedade Limitada Unipessoal (SLU)
A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) é uma opção relativamente nova no Brasil e tem se tornado popular entre profissionais que desejam formalizar suas atividades com a proteção de responsabilidade limitada, sem precisar de um sócio.
Diferente do Empresário Individual, na SLU o patrimônio pessoal do gestor é separado do patrimônio da empresa, o que oferece mais segurança em caso de dívidas ou problemas legais.
A SLU funciona de maneira similar a uma empresa limitada tradicional, mas com a vantagem de ser constituída por apenas um sócio.
Isso torna essa opção atrativa para gestores de tráfego que buscam uma estrutura empresarial mais robusta, mas sem abrir mão do controle total sobre o negócio.
A principal desvantagem da SLU é que ela pode ter custos operacionais e tributários mais elevados, além de exigir um acompanhamento contábil regular, o que aumenta a complexidade da gestão do negócio.
Autônomo
Por fim, o gestor de tráfego pode optar por atuar como autônomo, ou seja, sem CNPJ.
Nesse caso, ele se formaliza como contribuinte individual e paga os tributos através do carnê-leão, que incide sobre os rendimentos recebidos de pessoas físicas.
Essa opção pode ser interessante para quem está começando na carreira ou deseja atuar de forma mais simples e com menos burocracia. No entanto, atuar como autônomo tem suas limitações.
Por exemplo, o autônomo não pode emitir nota fiscal para pessoas jurídicas, o que pode ser um empecilho para quem pretende prestar serviços a empresas.
Além disso, a tributação pode ser mais elevada, já que não há acesso às alíquotas reduzidas do Simples Nacional.
Como regularizar sua situação?
Foto: cottonbro studio/pexels
Se você é gestor de tráfego digital e deseja formalizar sua atividade, é essencial seguir alguns passos para garantir que tudo esteja em conformidade com a lei.
A regularização não só evita problemas futuros com o fisco, mas também abre portas para o crescimento do negócio.
Escolha o regime de tributação adequado
O primeiro passo é decidir qual regime de tributação é mais adequado para o seu negócio. Como vimos, as opções incluem Microempresa, Empresário Individual, Sociedade Limitada Unipessoal e autônomo.
Cada uma dessas opções tem suas características, vantagens e desvantagens, então é importante avaliar qual se alinha melhor com seus objetivos e com o volume de negócios que você espera gerar.
Contrate um contador
Mesmo que você tenha um bom entendimento das suas opções, contar com o apoio de um contador é fundamental.
Esse profissional vai ajudar você a escolher o CNAE correto, registrar sua empresa, e cuidar de todas as obrigações fiscais e contábeis.
Além disso, o contador pode ajudar a otimizar a tributação, garantindo que você pague o mínimo de impostos dentro da legalidade.
Registre sua empresa
Com o regime de tributação escolhido e o auxílio do contador, o próximo passo é registrar sua empresa na Junta Comercial do seu estado.
Isso envolve a elaboração do contrato social (no caso de ME, Empresário Individual ou SLU), escolha do nome da empresa, e a obtenção do CNPJ junto à Receita Federal.
Regularize suas obrigações fiscais
Após o registro da empresa, é hora de cuidar das obrigações fiscais.
Isso inclui a emissão de notas fiscais, pagamento de impostos, e cumprimento de eventuais obrigações trabalhistas, caso você venha a contratar funcionários.
O acompanhamento de um contador é essencial para garantir que tudo esteja em dia e para evitar problemas futuros com a Receita Federal.
Monitore seu negócio
Para garantir o sucesso do seu negócio, é importante monitorar constantemente suas finanças, acompanhar o desempenho das suas campanhas e estar atento às mudanças nas leis fiscais e tributárias.
Isso não só evita surpresas desagradáveis, como também permite que você tome decisões mais informadas e estratégicas para o crescimento do seu negócio.
Soluções de um contador em Campo Grande para o seu negócio
Se você é um gestor de tráfego em Campo Grande e está buscando a melhor maneira de formalizar sua atividade, sabe que escolher o regime tributário adequado e o CNAE correto é essencial para evitar problemas com o fisco.
Nesse processo, contar com o suporte de um contador em Campo Grande que entenda as especificidades do mercado digital pode fazer toda a diferença.
Um contador em Campo Grande especializado em negócios digitais pode ajudar você a tomar decisões informadas, desde a escolha do CNAE mais adequado até a escolha do regime tributário.
Além disso, o apoio de um contador em Campo Grande permite que você foque no crescimento do seu negócio, enquanto todos os aspectos contábeis e fiscais são geridos de forma precisa e eficiente.
Não deixe de buscar a orientação certa para formalizar sua atividade de gestão de tráfego com segurança e eficiência.
Entre em contato com a Contili Contabilidade, e conte com o suporte especializado que você precisa para alcançar o sucesso em seu empreendimento.